Max
Max Amazon Channel
Os Imperdoáveis (1992)
79%
Avaliação dos usuários
Algumas lendas nunca serão esquecidas. Alguns erros nunca podem ser perdoados.
Sinopse
Caryn Lucas
Produtor ExecutivoMarco Pennette
ProdutorMichael Tollin
Produtor ExecutivoJoe Davola
Produtor ExecutivoDrew Brown
ProdutorBrian Robbins
Produtor ExecutivoDavid Valdes
Produtor ExecutivoFilipe Manuel Neto
Escrita em 28 de Novembro de 2020**Um dos melhores ‘westerns’ de sempre.** Vou começar a minha resenha dizendo que nunca tive os filmes do género ‘western’ em grande consideração ou estima. Não é o tipo de filme que eu realmente goste de ver. Porém, decidi dar uma oportunidade a este filme porque ouvi falar muito bem dele. E eu vi-o a pensar “se eu não gostar rigorosamente nada deste filme nunca mais vejo um ‘western’ na minha vida”. Ao terminar, eu apercebi-me que gostara muito do filme. Não é o melhor filme que eu já vi e não vai nunca ser um dos filmes preferidos, mas é realmente bom e mudou o modo como eu vejo os filmes ‘western’. O filme gira em torno de uma agressão brutal contra uma prostituta: após uma situação muito embaraçosa, um homem atacou-a com uma navalha e cortou-lhe o rosto, num ataque que fez as restantes meninas da casa clamarem por sangue. Acontece que o xerife da pequena cidade decidiu ser brando com os homens e deixar as coisas por isso mesmo. Perante essa atitude, as prostitutas põem a cabeça dos agressores a prémio, e uma série de caçadores de recompensas começa a surgir, para desespero do xerife, que vai ter de os enxotar brutalmente. Para mim, há três características essenciais que tornam este filme verdadeiramente grandioso. A primeira é a eficácia e credibilidade do roteiro, isto é, a perspectiva despojada, brutalmente realista, que a história contada nos dá acerca do Velho Oeste, e que está muito longe do épico e do ‘western’-spaghetti. O roteiro não faz idealizações e as personagens são pluridimensionais e têm muitos matizes psicológicos: a violência é quotidiana, brutal, feia e as atitudes violentas das personagens são motivadas por covardia, interesse, ganância ou orgulho. A segunda característica que torna este filme grandioso é o excepcional trabalho de cada actor e, muito particularmente, de Clint Eastwood, que acumula as funções de actor protagonista e director. Ele tem um carisma inato e um talento esmagador, e a personagem dele (um antigo assassino brutal que se regenerou por amor e viver uma vida pacata com os filhos antes de ser chamado para um último crime) é a mais rica e difícil, bem como a transformação gradual que ela vive ao longo do filme. Do outro lado da lei está o camaleónico Gene Hackman, que dá vida ao xerife. Ele é perfeito para o papel e foi capaz de rechear a sua personagem de credibilidade e brutalidade. Muito menos agradável foi Jaimz Woolvett, mas eu penso que isso se deve ao facto de interpretar uma personagem jovem, impulsiva e fanfarrona. O filme conta ainda com extraordinários contributos de Morgan Freeman, Saul Rubinek e Richard Harris. Tecnicamente, é um filme impecável a vários níveis. Clint Eastwood é um excelente director e é muito meticuloso no seu trabalho. Ele aproveita bastante bem a longa experiência que tem como actor de filmes ‘western’ e usa-a num filme que dirige e onde actua. A cinematografia é excelente, e o trabalho de filmagem foi muito bem conseguido. A cor, a luz, o uso das sombras mais perto do final, são detalhes que conferem ao filme uma nota artística. O trabalho de edição e de pós-produção foi excelente: o filme tem o ritmo certo, não há momentos mortos e nem cenas que surjam fora de lugar ou pareçam despropositadas. Os cenários e os figurinos também são excelentes e denotam algum cuidado e respeito pelo rigor histórico e pelo trabalho de reconstrução da época. As cenas de acção e de tiroteio foram muito bem feitas e vão fazer as delícias dos apreciadores. Por fim, devo deixar uma nota breve à banda sonora, muito discreta, mas eficaz e totalmente de acordo com a tónica e o ambiente do filme.
5000 Caracteres Restantes.