Hook: A Volta do Capitão Gancho

Hook: A Volta do Capitão Gancho (1991)

10/04/1991 Aventura, Comédia, Família, Fantasia 2h 24min

68%

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A segunda estrela a direita, direto até o amanhecer.

Sinopse

Já adulto, Peter Pan é Peter Banning, advogado bem-sucedido, casado, pai de dois filhos e sem lembranças da infância. A calma é quebrada quando o Capitão Gancho sequestra seus filhos e Peter é obrigado a voltar à Terra do Nunca para recuperar o seu espírito jovem e, assim, desafiar o velho inimigo.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 26 de Junho de 2018

**De volta à Terra do Nunca.** Todos conhecem a história de Peter Pan, o miúdo que não queria crescer e vivia na Terra do Nunca com os Meninos Perdidos, em permanente luta contra um pirata. Neste filme de Steven Spielberg, essa história recebe uma espécie de continuação: Pan mudou-se para o nosso mundo, cresceu e esqueceu a sua vida na Terra do Nunca. Tornou-se apenas mais um adulto, consumido pelo trabalho e pela vida moderna. No entanto, quando o Capitão Gancho volta e sequestra os seus filhos, Pan é forçado a confrontar o seu passado. Escrito desta forma, o resumo do roteiro parece ainda mais atraente do que o filme. De facto, é muito mais morno e lento do que esperava, e o simples facto de Pan ter mudado tanto pode desagradar àqueles que esperavam uma história mais próxima da original. Também me parece incompreensível como é que Pan esqueceu por completo a sua vivência num lugar tão maravilhoso. Seja como for, Robin Williams parece convincente no papel de Pan e faz da personagem um elemento de humor, com a sua incapacidade inicial de se lembrar do passado e de se adaptar à Terra do Nunca. No entanto, o actor surge-nos muito mais contido e convencional do que noutros filmes mais notáveis da sua filmografia. Julia Roberts fez uma Sininho regular mas pouco interessante, talvez por causa do modo como a personagem foi desenvolvida. Dustin Hoffmann brilhou no papel do vilão, o Capitão Gancho. É uma personagem com um carisma muito próprio, que o actor soube captar e reforçar. Sempre ao seu redor, Bob Hoskins, no papel do servil e humilde Smee, deu-nos uma performance absolutamente hilariante, o que é de louvar vindo de um actor que não é muito habitual em papéis de cunho cómico. A nível técnico, temos de apreciar os cenários muito requintados, que recriam com precisão os vários ambientes da Terra do Nunca. O navio pirata e a aldeia dos Meninos Perdidos estavam especialmente bem feitos. Os figurinos também me pareceram muito interessantes, no geral. Destes, destaco claramente o traje do Capitão Gancho, com uma série de detalhes minuciosos que nos trazem à memória os aristocratas franceses do período barroco. Mas o filme não é feito apenas de coisas boas. Há algo que me desagradou profundamente: o modo como foram retratados e pensados os Meninos Perdidos. Tudo neles é demasiado moderno, demasiado urbano e "punk" para um mundo de fantasia. Podemos observar isso na forma como se vestem, nos penteados, na maneira como as pranchas de skate e as armas de paintball foram introduzidas naquele ambiente... é algo que simplesmente não casa com todo o universo da Terra do Nunca.