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Kill Bill: Volume 2 (2004)
A vingança continua!
Sinopse
Filipe Manuel Neto
Escrita em 25 de Fevereiro de 2018**No final de Kill Bill, conclui-se que o filme, em duas partes, quase necessita de "manual de instruções" para ser compreendido.** Neste filme, o segundo de dois, a Noiva vinga-se de Bill, que quase a matou no dia do seu casamento. Dirigido e escrito por Quentin Tarantino, o filme conta com Uma Thurman e David Carradine nos principais papéis. Este filme é a continuação de "Kill Bill (Volume. 1)", sendo que os dois compõem uma só obra. Por isso, as críticas que fiz ao primeiro filme quase que se encaixam perfeitamente neste segundo filme. Tarantino é um director ousado, que gosta de apostar em recursos de estilo e fazer filmes originais, mas acredito que Kill Bill foi uma das piores apostas da sua carreira como director. Piores... isto é, rendeu imenso dinheiro e uma boa dose de prestígio mas, para mim, é um dos filmes dele que mais detesto. Comecemos pelo que é bom: a actuação dos actores é muito boa e todos eles estiveram muito bem nos seus papéis, em especial Thurman, que tem uma personagem difícil mas que se encaixa na personalidade forte desta actriz. O filme tem excelentes cenas de acção, por vezes com combates que soam a falso devido à enorme coreografia envolvida (lá está Tarantino a sobrepor o estilo à história e a perder credibilidade à custa disso). Os efeitos visuais, especiais e de som também são excelentes, e a banda sonora faz um bom trabalho. O roteiro do filme também é interessante e traz uma história boa que é, na prática, um remake do filme japonês "Lady Snowblood". O principal problema deste filme é o mesmo que disse no volume 1: a narrativa não-linear. Não contesto o valor artístico deste recurso, que é válido em cinema. O que eu acho é que devia ser usado com parcimónia, de forma a não impedir o público de entender o filme como um todo. Tarantino esqueceu-se disso, mandou o público às malvas e fez o filme como bem quis e lhe apeteceu. O resultado é simples: eu, como parte do público, não percebo o raio do filme, por isso mando Tarantino igualmente às malvas e vejo outro filme qualquer. O filme já tem uma pequena dificuldade, que é a de envolver e misturar estilos de cinema totalmente distintos (japonês, artes marciais, western etc.). Se juntarmos a esta mixórdia a narrativa não-linear, é melhor esquecer o filme e deixá-lo para os pseudo-intelectuais de nariz empinado, que passam a vida em festivais de cinema e acham que sabem mais do que o público regular. Como eu disse em relação ao primeiro filme, uma pessoa que não saiba nada sobre este filme e nunca tenha lido nada sobre ele sai da sala de cinema sem o entender. Os fãs podem dizer que é uma sátira, um tributo... podem dizer o que eles quiserem. A verdade é que só se percebe quando vamos ler sobre ele, e um filme que necessita de "manual de instruções" não é um filme que se mostre às pessoas.