Orange Days
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Orange Days (2004)

11/04/2004 Drama

75%

Avaliação dos usuários

Sinopse

Kai Yuuki, está em seu último ano na universidade estudando psicologia social. atualmente, ele está no meio da temporada de procura de trabalho, mas sem sucesso. Um dia, ele conhece uma garota que está a tocar violino no campus, ela é Sae Hagio. Em contraste com a sua aparência atraente, sua personalidade é algo muito impertinente e ainda por cima, ela se comunica através de linguagem gestual. Quatro anos atrás, ela perdeu a coisa mais importante para uma violinista, a audição, e como resultado Sae, se fechou em seu próprio mundo.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 8 de Setembro de 2018

**Um espectáculo de CGI altamente crítico à religião.** Esta é a adaptação de "Northern Lights", o primeiro de uma colecção de livros de fantasia chamados "His Dark Materials" de Philip Pullman, um escritor famoso por ser ateu, anti-cristão e anti-religioso, algo que é muito claro no livro. Chris Weitz (director/argumentista) fez um enorme esforço para moderar isso, já antecipando as críticas dos sectores religiosos, mas a verdade é que é muito difícil fazer um filme bom a partir de um mau livro, tão extremista que parece ter sido escrito como uma espécie de propaganda doutrinária infantil para educar as crianças no secularismo e ateísmo... então não acho surpreendente que os boicotes e críticas tenham acontecido mesmo assim. A história passa-se num mundo onde as almas das pessoas vivem fora dos seus corpos, acompanhando-as na forma de animais chamados "Daemons". A semelhança da palavra e do termo inglês para demónio, de conotação anticristã, não deve ser uma coincidência. Neste mundo há uma autoridade chamada Magisterium, de ares ditatoriais e totalitários, que tenta esconder a existência de outros mundos, outras realidades e verdades que não são convenientes. Claro, a escolha de uma palavra em latim para essa entidade político-religiosa é um claro ataque à Igreja Católica Romana, que é frequentemente acusada pelos ateus de não aceitar algumas inovações científicas e filosóficas, e de promover o obscurantismo. Assim, a partir desta base, totalmente distorcida pelas opiniões pessoais do autor do livro, nasceu um roteiro complexo, que o filme não consegue explicar. O filme assume (erradamente) que o público conhece os livros mas, sendo livros difíceis de encontrar fora do universo anglófono, sente-se grande dificuldade em entendê-lo. Há várias estrelas aqui mas nem todas tinham personagens para igualá-las. Daniel Craig, por exemplo, só tem algum protagonismo no começo. Então desaparece, fazendo apenas algumas aparições episódicas. No entanto, a personagem é uma dos mais importantes e é mencionada nos diálogos, mesmo que isso não importe para o actor, que teve pouco trabalho aqui. Ian McKellan é excelente a dar voz ao urso polar Iorek Byrnison e Nicole Kidman é elegante e agradavelmente maliciosa, mas também não tinha espaço para fazer uma grande vilã. Eva Green faz uma pequena aparição noutro papel de bruxa. Dakota Blue Richards, uma pequena actriz infantil, é a grande estrela. Ela faz um bom trabalho, mostra alguma habilidade mas, claro, isto não será a sua "magnum opus" se ela continuar a sua carreira. O filme tem óptimos efeitos visuais, bom trabalho de computação gráfica e bons efeitos sonoros que tornam tudo razoavelmente digerível, mas não podem apagar os erros de roteiro. A banda sonora é totalmente esquecível, o que é prejudicial para um filme de fantasia. Finalmente, há mais um problema neste filme, evidente no seu final aberto: devia ter havido uma sequela para fechar a história mas os críticos e o público religioso, aliados aos resultados fracos de bilheteira, condenaram à nascença qualquer iniciativa de continuidade. Algumas pessoas ainda falam disso mas a verdade é que já passaram dez anos desde que o filme estreou, então acho que é mais provável que a sequência não aconteça mais. Talvez isso seja uma coisa boa, dado o mau material original.