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Lucifer (2016)
85%
Avaliação dos usuários
Todas as coisas ruins devem chegar ao fim.
Sinopse
Criado Por:
Tom KapinosSem Nome
Escrita em 13 de Abril de 2021Muito boa!
Filipe Manuel Neto
Escrita em 11 de Dezembro de 2024**E se o Diabo fosse um de nós? Apenas um desleixado como um de nós…** Esta foi uma série que gostei particularmente de ver nos últimos tempos. Apesar de ser um católico bastante convicto e ter um forte apego à minha convicção religiosa, eu não vejo malícia em brincar com temas religiosos para um efeito lúdico ou artístico: antes pelo contrário, acho positivo que uma série televisiva como esta parta do princípio de que Deus e o Diabo são entidades que, realmente, existem e fazem parte das nossas vidas de uma maneira que não conseguimos entender completamente. O que mais me incomodou foi a abordagem “Woke” a certos assuntos e temas, em particular a moral sexual: se você estiver atento, irá verificar que praticamente não há casais heterossexuais na série e que quase todas as personagens principais assumem uma sexualidade fluída e muito variável. Isto não só é profundamente irritante como irrealista, pois na realidade não corresponde à verdade para a maioria das pessoas. Soa a publicidade barata aos ideais “Woke” de “ame quem você quiser e vá experimentando”, como se pessoas fossem frutas no mercado antes de serem compradas. É irresponsável, imaturo e idiota. Bem, eu gostaria de destacar a coesão e homogeneidade da trama e da evolução da série nas suas seis temporadas. Os argumentistas inspiraram-se claramente nas grandes séries de ficção policial, como “C.S.I”, “Hawaii Five-O”, “NCIS” ou “Castle”, sendo que estas séries obedecem todas a uma estrutura comum: cada episódio nos traz um crime e a sua investigação, sendo que a evolução e história de cada uma das personagens centrais é desenvolvida ao longo de todas as temporadas sob a forma de diferentes sub-enredos. A diferença é que, nesta série, esses sub-enredos são mais importantes que a investigação dos crimes que vão aparecendo porque a equipa de criadores percebeu, inteligentemente, o potencial da história de Lúcifer, Amenadiel, Chloe, etc. Afinal, o mercado televisivo já está saturado de séries com crimes e valia a pena apresentar um diferencial substantivo. Uma única nota negativa: a partir da segunda temporada eu senti que havia episódios que pareciam ter sido escritos e produzidos para “gastar tempo” e dilatar temporadas. É o caso daquele aonde Maze vai ao Canadá. Acho que muitos teístas vão sentir algum prurido sobre a maneira como o Diabo, os anjos e até Deus são retractados na série: eles são basicamente humanos! O Diabo não quer ser maléfico, os anjos podem às vezes ser perversos e cruéis, os demónios adquirem almas passíveis de salvação e, pasme-se, Deus está a atirar a toalha ao chão e procura um substituto. Como eu disse, eu não me senti incomodado, mas se alguém disser que sentiu eu, pelo menos, compreendo por quê. Uma nota que observei: apesar da sua centralidade na esmagadora maioria das crenças abraâmicas, nem Moisés, nem Maomé e muito menos Jesus de Nazaré aparecem na série. Acho que foi uma opção destinada a não ferir ainda mais as suscetibilidades, especialmente dos mais fundamentalistas ou conservadores (se é que há algum religioso conservador que se preste a ver esta série!). O trabalho da equipa técnica é, numa palavra, televisivo: a nível de som, cenários, figurinos, adereços e trabalho visual, a série cumpre o padrão das demais séries dos EUA e não vai além. Há algumas boas filmagens de Los Angeles, e os cenários da esquadra, da “Penthouse” e da discoteca são primorosos, mas é só isso. Os efeitos visuais funcionam, e muito particularmente os aplicados a Lúcifer (os olhos, o rosto, o corpo inteiro em certas alturas, e as asas que ele odeia), mas não há nada de realmente espectacular. Quanto aos actores: Tom Ellis merece todas as recompensas por um trabalho bem feito. O actor britânico tem um sotaque cristalino e agradável, uma boa presença e torna o Lúcifer dele num galã sedutor que tem pouco de angélico, mas que também não inspira medo. Lauren German fez boa parte da carreira em filmes de terror, mas deu um salto na carreira ao fazer “Hawaii Five-O” e “Chicago Fire”. Espero ver esta actriz em trabalhos deste nível no futuro próximo, acho que ela merece. Kevin Alejandro faz uma personagem muito humana e traz certo alívio cómico; o actor esteve mais do que à altura do desafio e merece um louvor, assim como David Woodside. Lesley-Ann Brandt é perfeita para fazer personagens duronas e com certa dose de acção, e isso é sabiamente aproveitado para este seu trabalho, com bons resultados. Aimee Garcia é tão palatável quanto possível e deixa-nos na expectativa de vermos mais e melhor da actriz futuramente. Rachael Harris, com uma longa carreira de cinema e televisão, é o rosto veterano do elenco nuclear e equilibra com moderação a juventude e vontade de crescer da maioria dos colegas de elenco.
5000 Caracteres Restantes.