Game of Thrones (2011)

Lucas Firmo

Escrita em 29 de Abril de 2018

O quão difícil descrever o que é algo ótimo. Game of Thrones não só intriga pela sua história principal, mas também pela co-relação dos personagens principais e coadjuvantes fazendo com que cada um de nós tenhamos um lado para segui ou histórias favoritas para assistir. Uma ótima série, uma excelente história, bons atores e muita diversificação na parte do roteiro que leva as tramas paralelas se relacionarem com a principal a fim de um único objetivo. Sem sombra de dúvida uma série respeitosa que levou a HBO em outro patamar, e faz como uma "obrigação" as séries que vierem a seguir deixar o mesmo legado de GOT.

Filipe Manuel Neto

Escrita em 25 de Dezembro de 2023

**Uma série tão massiva e absorvente que parece pequena na televisão.** O que podemos dizer sobre uma série de televisão sobre a qual toda a gente já disse de tudo e que, ao longo de quase uma década, arrecadou quase todos os prémios que podia ganhar? Nada de especial. Apenas que mereceu totalmente todos os galardões e estima pública que adquiriu. Cada temporada merecia, por si só, uma resenha própria, mas eu sinto que não adianta acrescentar mais do que este pequeno texto sobre a globalidade do trabalho feito. Quase toda a gente viu a série e os elogios são conhecidos de todos. Os números por trás desta série são esmagadores. Com cada episódio a custar milhões de dólares a fazer, um elenco luxuoso e um roteiro tão complexo que requer toda a atenção do público, estamos perante uma obra que parece digna do cinema e que é melhor do que muitos filmes de grande produção que já vimos. A história contada baseia-se nos livros de fantasia épica escritos por George R. R. Martin, que colaborou activamente na série e é um dos maiores responsáveis pelo roteiro, fortemente inspirado em pedaços soltos da história europeia medieval. Acerca disto, é necessário que se entenda uma coisa: apesar das inspirações e da violência e rivalidades que eram de facto usuais na época medieval, em nenhum momento a série tenta ser o retracto da Europa medieval, é absolutamente ficção e deve ser encarada dessa forma: por exemplo, a série dá certa atenção à heráldica e à genealogia das famílias nobres, mas pouquíssimos escudos heráldicos foram feitos de acordo com as regras mais simples da verdadeira heráldica. A produção e os efeitos visuais da série são um dos seus pontos fortes: os episódios são tão bons e impactantes que é difícil imaginar como poderia ser feito algo melhor. Toda a tecnologia utilizada é o estado da arte nos dias actuais e não foram feitas poupanças nos meios postos à disposição dos criadores. As filmagens calcorrearam a Europa, da Irlanda à Espanha, passando por Marrocos, Inglaterra e Croácia, aproveitando o melhor de locais que, por si, merecem inteiramente a visita de qualquer turista. Os cenários não podiam ter sido concebidos com maior atenção aos detalhes, e o mesmo se pode dizer dos luxuosos figurinos, para o elenco principal e para milhares de figurantes. A fotografia, o trabalho de filmagem, a edição, tudo foi pensado em grande escala. A banda sonora, pautada pela música principal e por algumas outras melodias magníficas, é uma das melhores que já vi num programa de televisão. Os actores são imensos ao longo das oito temporadas e quase não podemos dizer nada de negativo sobre nenhum deles. Podemos discordar das opções do roteiro, da forma como as personagens foram desenvolvidas, mas os actores estiveram totalmente à altura destes desafios e desembaraçaram-se maravilhosamente deles. Podemos também criticar, com certa justiça, a brutalidade gráfica de certas cenas, a nudez excessiva e o abuso das cenas de sexo. Essa é a crítica negativa com a qual tendo a concordar mais facilmente, até por não ver nestas cenas algo que fosse indispensável para a trama na maioria dos casos (eu destacaria, como uma das excepções, a nudez de Cersei durante a sua caminhada punitiva pelas ruas de King’s Landing). Pela positiva, eu destacaria o esforço impecável de Peter Dinklage, Emilia Clarke, Lena Headey, Nikolaj Coster Waldau, Sophie Turner, Maisie Williams, Alfie Allen, Isaac Hempstead Wright e Rory McCann. Não só interpretaram de modo incrível como deram às suas personagens a evolução dramática e psicológica que estas precisavam. Também é justo parabenizar Sean Bean, Kit Harington, John Bradley, Conleth Hill, Aidan Gillen, Carice van Houten, Charles Dance, Natalie Dormer e Jack Gleeson, que tiveram nas suas mãos personagens muito mais estáveis e fixas. Algumas eram mais clichés (caso do louco rei Joffrey), mas cada actor merece um louvor.