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Elite (2018)
80%
Avaliação dos usuários
Sinopse
Criado Por:
Darío MadronaPedro Quintão
Escrita em 10 de Junho de 2024**Crítica - Temporada 7** Ao longo dos anos, "Élite" sempre foi uma série que, apesar de não primar pela qualidade, sabia como entreter. Recordo-me de devorar as primeiras três temporadas em apenas um dia cada uma. Era o meu guilty pleasure: a narrativa era superficial, os problemas resolviam-se com sexo ou festas, mas as personagens eram absolutamente icónicas e o mistério mantinha-nos presos ao ecrã. Em todas as temporadas, alguém morria ou desaparecia, tornando todas as personagens suspeitas, e no final, o mistério era resolvido com um plot twist forçado, mas ainda assim cativante. Porém, a sétima temporada falhou redondamente. Abandonou o elemento do mistério/crime/morte principal que sempre foi o seu ponto forte (existe um mistério no último episódio, mas vou falar mais tarde dele). Élite tenta agora ser mais séria, abordando temas profundos, mas demonstra claramente a sua incapacidade para tal. Esforça-se ao máximo para imitar "Skins", uma série britânica de adolescentes, extremamente polémica e irreverente, que se tornou num marco da cultura popular ao trabalhar diversos temas da adolescência da vida adulta de uma perspetiva única. Mas, em "Élite", os temas são tratados com a profundidade de uma pesquisa superficial na Wikipedia feita por um miúdo de 12 anos. O mistério, anteriormente usado como uma cortina para esconder estas falhas, só surge no final, e de uma forma pouco sensível ao romantizar o suicídio, lançando o mistério "quem irá cometer suícidio?". Até existe uma cena em que tentam criar suspense ao colocarem várias personagens em diferentes terraços de prédios para tentarmos adivinhar quem colocará um final à própria vida. Nas temporadas anteriores, a fraca narrativa era compensada por personagens memoráveis que foram, infelizmente, abandonando a série. Na sétima temporada, tentaram apelar aos fãs antigos com o regresso do Omar, mas isso não foi suficiente. Omar nunca teve força para segurar a série sozinho; sempre precisou de uma "âncora", seja a sua irmã Nadia ou o seu ex-namorado Ander. As restantes personagens que povoam o novo capítulo de "Élite" são, na sua maioria, irritantes e mal desenvolvidas, com a mesma profundidade que as personagens dos "Morangos com Açúcar" em 2007. Podem desaparecer durante 3 ou 4 episódios seguidos que ninguém dá conta (foi exatamente isso o que aconteceu com a personagem da cantora Anitta). Só estão ali a existir e a repetirem ações que já vimos noutras temporadas. Parece que a série entrou num loop, vicioso e em constante declínio. Poucas personagens têm identidade própria. Algumas são tão desinteressantes que até me esqueço dos seus nomes. Destaco a rapariga com a personalidade de uma parede branca que sofre violência doméstica, o rapaz sem qualquer caraterística forte capaz de o definir fisicamente ou psicologicamente, mas que mesmo assim consegue ser irritante e está lá apenas para fazer o Omar sofrer, e o tipo bruta-montes que foi introduzido à força para adicionar mais cenas de sexo. O único ponto positivo que consigo ressaltar é a banda sonora, que nos garante temas muito bons desde o indie, pop latino e até à música eletrónica, todas as músicas têm força para conceber alguma atmosfera nas cenas da série. Demorei cerca de oito meses a ver a 7ª temporada de "Élite". Não desisti e darei uma oportunidade à 8ª temporada, pois sei que será a última. É uma pena ver como a série entrou em declínio após o final da terceira temporada, provando que era o mistério e o carisma do elenco original que seguravam a série, e não as cenas de sexo ou as temáticas mal trabalhadas. Notas: Temporada 1: 8.5/10 Temporada 2: 8/10 Temporada 3: 9.5/10 Temporada 4: 4.5/10 Temporada 5: 4.5/10 Temporada 6: 5.5/10 Temporada 7: 2/10
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