Bebê Rena
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Bebê Rena (2024)

11/04/2024 Drama

76%

Avaliação dos usuários

Sinopse

Um comediante é gentil com uma mulher vulnerável, despertando uma obsessão sufocante que pode acabar com as vidas dos dois.

Críticas
Pedro Quintão

Pedro Quintão

Escrita em 5 de Junho de 2024

Fiquei curioso e decidi assistir a "Baby Reindeer" sem qualquer expectativa. Desde o início, que me identifiquei com o protagonista, especialmente pelo facto de ter facilmente pena das pessoas e tentar ser simpático com Martha, a mulher que se tornou sua stalker. Deixou-me em alerta e foi uma chamada de atenção para, por vezes, limitar a confiança e ser mais duro com estranhos/as. A premissa de Baby Reindeer é intrigante, não só pelo seu enredo, mas também pela maneira como a história é contada. Achei genial que a própria vítima de stalking, Richard Gadd, tenha escrito a minissérie e interpretado uma versão de si próprio. Este facto traz um nível de autenticidade e vulnerabilidade que é raro de encontrar. A coragem de Gadd em relembrar e partilhar alguns dos momentos mais traumáticos da sua vida é verdadeiramente de louvar. Contudo, sinto uma ambiguidade na escolha da narração do própria Richard Gadd. Em alguns momentos gostei, noutros senti que ele estava a ser chato e só queria que se calasse. Um dos pontos altos da produção é, sem dúvida, a interpretação de Jessica Gunning como Martha. Ela dá vida a uma personagem que é simultaneamente odiável, insana e doentia. A capacidade de Jessica Gunning de encarnar uma personagem tão complexa e perturbadora é impressionante. Espero que este papel lhe abra muitas portas na sua carreira, pois é uma performance que não deixa ninguém indiferente. O ritmo, no geral, é bem conseguido. Estamos constantemente a conhecer novos detalhes da vida do protagonista, assim como as suas ambições e fragilidades. Esta abordagem permite-nos criar uma ligação mais profunda com ele e entender melhor as suas motivações e medos. No entanto, não apreciei a edição nos episódios iniciais. Senti que alguns momentos foram apressados, enquanto outros foram bastante prolongados sem necessidade. Esta falta de equilíbrio, por vezes, quebrou o meu envolvimento na narrativa. Além disso, o episódio final também me pareceu um pouco apressado. Embora não tenha sido mau, deixou-me com a sensação de que faltava algo para concluir a história de forma satisfatória. Apesar de abordar uma temática pela qual já passei, o stalking, Baby Reindeer é, sem dúvida, uma boa produção. Só que não me senti tão conectado com a história como esperava. Ainda assim, reconheço o valor e a qualidade da minissérie. Recomendo que assistam a Baby Reindeer, não só pela sua qualidade artística e narrativa, mas também pela importância de discutir temas como o stalking, assédio e outras problemáticas. É uma produção que merece ser vista e refletida, mesmo que, por vezes, não nos conectemos na íntegra.