Uma Aventura na Africa
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Uma Aventura na Africa (1952)

07/01/1952 Aventura, Romance 1h 45min

73%

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Sinopse

O African Queen é o pequeno, mas estimado, barco de Charlie (Humphrey Bogart). Durante a Primeira Guerra, na selvagem África, ele assume a responsabilidade de levar a irmã do recém-falecido reverendo Samuel, Rose (Katharine Hepburn), para a civilização, através do rio, utilizando o barco. Mas existem dois problemas: Rose e Charlie não combinam em nada e as margens do rio estão cheias de alemães.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 22 de Outubro de 2023

**Um filme talvez demasiado americano numa África ainda dominada por europeus.** O filme ambienta-se na África colonial durante a Primeira Guerra Mundial, perto da área do Lago Tanganica, onde se faziam a fronteira das colónias da Rodésia (britânica), do Congo Belga e da Tanganica (alemã). Tudo se inicia com o ataque alemão a uma aldeia nativa da Rodésia onde estavam instalados uns missionários protestantes. Após os ataques, o local é visitado por um barqueiro britânico, dono de uma barcaça a vapor que se chama “African Queen” e que se dedica, aparentemente, a fazer transportes fluviais. Ele recolhe a irmã do missionário falecido e juntos decidem ir ao lago e atacar um navio militar alemão que impede a passagem dos navios britânicos. Actualmente esquecido, é um daqueles filmes de aventuras baratos que coloca pessoas improváveis a fazerem actos de heroísmo desnecessários e que qualquer pessoa na posse do seu juízo se absteria de praticar se pudesse. Esse é o principal problema do roteiro, e a única coisa em que o filme realmente erra: não há um motivo lógico que os leve a agir e a atacar os alemães, além de um jingoísmo idiota. De resto, é um filme cheio de boas peripécias e momentos de humor e perigo que irão seguramente entreter o público. O filme conta com dois enormes actores num esforço menor e menos significativo para as suas respectivas carreiras: Humphrey Bogart é excelente e suficientemente credível, a não ser pelo facto de ser obviamente norte-americano e estar no meio da África, que era totalmente controlada pelos europeus. Um actor britânico e uma personagem britânica teriam sido mais convincentes. Katherine Hepburn, por sua vez, dá-nos um trabalho de grande força e personalidade. Também senti que ela poderia não ser a escolha mais bem feita para a personagem, posto que não há um lugar para norte-americanos neste filme. A actriz, no entanto, empenha-se a fundo e faz um trabalho muito bom. Tecnicamente, o filme tem muitos méritos: filmado na África, a equipa técnica passou por enormes dificuldades de todo o tipo para conseguir levar a produção a bom porto, e isso inclui uma catadupa de doenças tropicais e dificuldades logísticas que dificilmente podemos imaginar. A cinematografia é extraordinária e o filme é visualmente lindo. Os cenários e figurinos são convincentes e a banda sonora funciona bem.