Um Corpo Que Cai (1958)

Filipe Manuel Neto

Escrita em 21 de Fevereiro de 2018

**Um dos meus favoritos, no que diz respeito a Hitchcock.** Scottie Ferguson é um polícia que se reformou devido ao medo das alturas e intensas vertigens que sente. Mas a sua vida muda quando aceita ajudar uma mulher, a pedido do seu marido, que suspeita que ela tenha sido visitada por um fantasma. Dirigido por Alfred Hitchcock, conta com a participação de James Stewart e Kim Novak. Este filme é considerado por especialistas um dos melhores já realizados. Nunca entendi porquê mas, no entanto, é um dos filmes de Hitchcock que mais gosto de ver. O roteiro é muito bom, misturando amor, obsessão, lealdade, loucura e mistério numa receita irresistível, que leva o selo de qualidade de um dos mais brilhantes mestres do suspense. O final é desconcertante. Tecnicamente impecável, este filme tem uma excelente fotografia, efeitos sonoros e uma banda sonora onde a ênfase é dada ao tema de abertura que, com justiça, se tornou um dos mais famosos de Bernard Herrmann. O desempenho dos actores também merece parabéns. Stewart mostra porque Hitchcock gostava muito de trabalhar com ele e Novak pode perfeitamente ser, ao mesmo tempo, a donzela em perigo e a _femme fatale_, que leva os homens a agir sem pensar. Essencial para todos os fãs de Hitchcock, este filme é imperdível para qualquer amante do suspense e mistério. É um filme que pode ser visto pelo público adolescente, apesar de ter algumas cenas dramáticas, e provavelmente agradará à maioria dos públicos.

Marte

Escrita em 2 de Maio de 2024

Atenção: contém _spoilers_. Assisti a esse filme pela primeira vez ontem e fiquei refletindo sobre ele enquanto lia resenhas anteriores no IMDb. O filme é bom. Ponto. Mas eu colocaria na estante de Um Dos Melhores Filmes Já Feitos? Do ponto de vista de uma leiga (e aqui eu admito largamente isso), não. A primeira parte do filme é meio parada demais, dei umas pescadas de sono. Se fosse um pouquinho mais rápido, penso que teria aproveitado melhor o tempo. Outro problema é que não senti muita verossimilhança no desenvolvimento da relação entre Scottie e Madeleine, do nada eles estão apaixonados um pelo outro? Do nada assim? Alguma coisa faltou ali. O final compensa mais em termos de ansiedade do espectador, quando somos revelados que a morte de Madeleine não é o final do longa. Entretanto, a escolha de Hitchcock de colocar a personagem de Judy para revelar toda a trama em um papel e jogar fora também não foi minha escolha favorita de desfecho. Mesmo com tudo isso, Vertigo é um ótimo filme, e o desfecho inesperado realmente compensa. Vemos Scottie tentando superar seus traumas revivendo as situações que o traumatizaram em princípio, uma jogada psicológica excelente. Sem falar na trilha sonora, na ambientação e na arte vista na abertura. Vale a pena, claro.