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Twister (1996)
O lado sombrio da natureza
Sinopse
Filipe Manuel Neto
Escrita em 15 de Dezembro de 2019**Boas cenas de destruição, mas sem qualquer enredo que as justifique.** Filmes de desastres sao geralmente populares mas massacrados pela crítica. Este filme não foi excepção. Lançado em 1996, continua actual e permanece popular junto dos apreciadores de filmes onde a destruição total e a morte de metade do elenco são algo imprescindível. Neste caso, acompanhamos as vicissitudes de um grupo de "caçadores de tornados" à medida que tentam estrear um novo e revolucionário sensor, chamado "Dorothy", que lhes dará leituras e informações no momento sobre o interior de um cone de um tornado. O filme é dirigido por Jan de Bont. Pessoalmente, e apesar de todas as falhas, gostei de alguns filmes dele, como "The Haunting" (ok, eu não o considero de terror). Aqui, reconheço, ele não fez nada de muito bom, e Steven Spielberg, que foi produtor executivo, não o ajudou. Mas o maior problema deste filme é o facto de não ter uma história. Há um motivo pelo qual as personagens estão ali e, a partir daí, começamos a correr atrás de tornados. Não entendo o porquê de aquele casal, que está em processo de divórcio, decide, do nada, viajar no mesmo carro para caçar tornados como nos "bons velhos tempos". Há, também, alguns problemas de credibilidade e de verosimilhança, como o facto de, com tantos detritos a voar perigosamente ao redor, as personagens nunca serem atingidas por nada que, verdadeiramente, as magoe. Helen Hunt é a actriz que domina todo o filme, e eu até gostei dela aqui, dando vida a uma caçadora de tornados entusiasmada, optimista e desembaraçada, mas com um passado traumático que a leva a estar permanentemente em busca do perigo. Bill Paxton esteve razoável, e acompanha bem Hunt. Alguns dos momentos mais emotivos do filme são protagonizados pelos dois actores, que fazem par romântico aqui. Jami Gertz não parece saber bem o que está aqui a fazer, e é rapidamente descartada pelo roteiro; Cary Elwes é eficaz na tarefa de dar vida a um sacana digno de uma morte dolorosa; Philip Seymour Hoffman, Alan Ruck, Scott Thomson e Todd Field fazem um bom apoio ao elenco principal, e ajudam a fazer alguma comédia pouco eficaz, mas que mantém o filme com alguma elegância e evita que se torne demasiado tenso. O melhor do filme, creio, são as cenas de acção, carregadas de efeitos especiais e cenas de ecrã verde, onde os tornados são violentos, podem surgir do nada e levar tudo o que encontram, excepto os actores bons do filme. Carros, casas, vacas vivas, lâminas afiadas, tractores e camiões cisterna inteiros... tudo voa excepto dois seres humanos levezinhos. Apesar de inverosímil, é bom de ver e faz o filme valer a pena.