Disney Plus
Toy Story 2 (1999)
Os brinquedos estão de volta!
Sinopse
Filipe Manuel Neto
Escrita em 17 de Fevereiro de 2018**Uma honrosa continuação para Toy Story** Este filme é uma sequela de Toy Story e continua a história dos brinquedos do primeiro filme, em particular Woody e Buzz Lightyear, dois amigos inseparáveis que retratam o passado e o presente do mundo dos brinquedos. E o enredo deste filme não podia ser mais apelativo: ao tentar salvar um brinquedo seu amigo, Woody acaba por ser raptado por um coleccionador de brinquedos e descobre que é valioso, raro, pertence a uma colecção da qual fazem parte outros brinquedos e foi criado como "merchandising" de uma famosa série televisiva infantil a preto-e-branco. Mas os outros brinquedos do quarto do Andy não vão ficar parados: eles vão partir em busca do seu amigo de sempre. Dirigido por John Lasseter, que continua o seu trabalho anterior, o filme retém a maioria das vozes que estavam presentes no Toy Story 1, e tecnicamente também não fica atrás do seu antecessor: luz e cor impecáveis, óptimos efeitos sonoros e trabalho de voz, uma animação excelente e ao nível do que a Pixar nos habituou. Era possível pedir melhor? Não creio muito. O filme não só é muito bom como desenvolve uma sensação de coerência e de unidade com o seu antecessor. Nós percebemos que eles fazem um conjunto, e um conjunto harmonioso, o que nem sempre é conseguido no cinema quando falamos de sequelas, prequelas, continuações etc. A grande novidade deste filme, de facto, é a introdução de personagens novas, directamente ligadas ao passado de Woody: o seu cavalo, Bala, um mineiro chamado Stinky Pete (o nome está escrito na caixa, a versão dobrada para português não aproveitou o nome, chamando-lhe só "Mineiro", talvez porque "Pete Malcheiroso" soasse mal num filme para crianças) e ainda uma intrépida vaqueira chamada Jessie, cuja presença é aproveitada para sugerir, muito levemente, algumas notas de romance. Tudo isto permite, também, revelar um pouco do que tem sido a história dos brinquedos, dos anos cinquenta até hoje, e a transformação de alguns brinquedos de criança em peças altamente valiosas e coleccionáveis com o passar do tempo. Isto é, no meio de um filme de crianças vemos, também, temas muito adultos tratados com leveza, de uma forma que as crianças entendem bem. Se houve alguma coisa que me decepcionou, no entanto, foi a banda sonora. No primeiro filme tivemos uma banda sonora incrível, com canções tão populares e famosas como "Sou teu amigo, sim" (originalmente "You've Got a Friend in Me" em inglês mas, a sério, ouçam a versão portuguesa, é muito melhor do que a original e fica no ouvido mais depressa), e era difícil igualar por a fasquia estar muito alta. Contudo, ainda assim, devo reconhecer que a banda sonora deste filme contém um bom leque de canções interessantes, só não ficam tanto tempo no ouvido. Gostei especialmente de "When She Loved Me", que foi até nomeada para o Óscar de Melhor Canção Original (que perdeu, de resto). Por todas estas razões, este filme merece ser considerado um dos melhores filmes de animação da viragem do milénio, merecendo ser visto e apreciado pelos novos públicos, que não tiveram o prazer de o ver na tela grande quando saiu.