Tomates Verdes Fritos
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Tomates Verdes Fritos (1991)

27/12/1991 Comédia, Drama 2h 10min

77%

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O segredo da vida? O segredo está no molho.

Sinopse

Evelyn Couch visita com o marido um parente no asilo de idosos. Uma vez lá, ela encontra Ninny Threadgoode, uma mulher idosa, que a ilumina e traz uma nova perspectiva através de contos do seu passado. Evelyn ganha a confiança necessária para mudar sua própria vida para melhor.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 17 de Dezembro de 2023

**Um filme injustamente esquecido, bastante emotivo, que as mulheres vão achar muito bom e os homens podem ou não gostar, dependendo da sua tolerância a filmes de maior carga sentimental.** O director Jon Avnet traz-nos um bom filme que nos recorda o valor das boas amizades e do amor-próprio. Dirigindo inteligentemente a sua equipa e o elenco, conseguiu fazer um filme discreto, despretensioso, mas muito agradável e que conquista facilmente o público. Ainda assim, é um filme brando e morno, e talvez seja precisamente por isso que acabou tão esquecido como actualmente está. Um dos pontos mais fortes é claramente o elenco, encabeçado por duas actrizes sólidas e cheias de talento: Kathy Bates e Jessica Tandy. Nenhuma delas é um nome sonante dentro da indústria cinematográfica, nem arrastam as multidões a um “multiplex” simplesmente por aparecerem no cartaz de um filme. Porém, são muito experientes, conhecedoras desta arte que é representar e capazes de interpretar credivelmente as suas personagens. Para mim, é o melhor filme de Tandy, que chegou a merecer a nomeação a um Óscar por este seu esforço. Além da habilidade das duas protagonistas, é justo referir as contribuições de Mary Stuart Masterson e Mary Louise Parker. Infelizmente, o elenco masculino é muito apagado o que, associado à tónica melodramática do roteiro, faz o filme ter mais interesse para o público feminino. Ambientada no Alabama, a história aborda a amizade entre duas mulheres, uma delas já idosa: ambas se sentem sós, sendo que uma vive num lar de idosos e não fala com muitas pessoas e a outra está presa a um casamento monótono e perdeu o amor-próprio. O filme divaga sobre os temas da amizade, do racismo e da violência, da ligação ao lugar onde se mora, e há imensas personagens simpáticas e de quem é fácil gostar. De facto, o cunho emocional, por vezes, chega a parecer excessivo. Não vejo nisso um problema, mas uma característica que agradará mais a uns que a outros. Para mim, isso não tirou qualquer interesse que eu pudesse ter, mas entenderei se os homens disserem sentir-se algo enjoados com tanto sentimentalismo. O que me incomodou mais no filme foi a duração e a forma como demorou a ficar interessante: por um lado, senti dificuldade em interessar-me na primeira meia hora e, por outro, senti que foi um pouco esticado no tempo de duração sem que isso se justificasse. Com apostas tão fortes no roteiro e na selecção e trabalho do elenco, o filme não carecia de um investimento demasiado pesado em efeitos ou aspectos técnicos. Bastava-lhe ter o cuidado de não cometer erros e de fazer as coisas bem feitas, e foi precisamente isso que foi feito: da cinematografia aos figurinos, passando pelos efeitos visuais e sonoros, pela banda sonora ou pela escolha dos locais de filmagem e dos cenários, o filme prima pela eficácia e pela elegância, mas sem grandes ousadias, mantendo-se em terrenos familiares e confortáveis onde consegue fazer bem o que precisa de ser feito.