The Rocky Horror Picture Show
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The Rocky Horror Picture Show (1975)

14
03/03/1975 Comédia, Fantasia, Ficção científica, Terror 1h 40min

75%

Avaliação dos usuários

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O musical dos sonhos... realizado

Sinopse

Um casal de noivos se vê obrigado, em virtude de um problema com o carro, a irem a um estranho castelo pedirem auxílio, sem saberem que ele é habitado por alienígenas de um outro planeta e que o anfitrião, exatamente naquela noite, vai ver uma criatura criada por ele apenas para lhe dar prazer.

Michael White

Produtor

Jim Sharman

Diretor
Sessões
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Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 5 de Março de 2024

**Como filme poderia ser melhor, mas é engraçado e bizarro o suficiente para o vermos, pelo menos, uma vez na vida.** Este é um daqueles filmes que toda a gente deveria ver, pelo menos, uma vez na vida. É um musical de comédia bastante bom onde a sátira namora intensamente com o absurdo, numa adaptação cinematográfica de uma peça de teatro inglesa que tinha feito sucesso naquela época. Não sei muito sobre a versão de palco, não sei sequer se há diferenças concretas, mas posso dizer que o filme nos dá exactamente aquilo que promete. A história contada é, provavelmente, o maior ponto fraco do filme: quem gostar de lógica e de uma história com alguma estrutura consistente, vai decepcionar-se com este roteiro propositadamente desconexo, desleixado e surrealista, onde um casal de noivos inocente e tolo acaba perdido numa tempestade e vai parar a uma mansão gótica. Ali vive o bizarro Dr. Frank-N-Furter, uma espécie de cientista louco que é orgulhosamente ‘gay’, travesti e natural da “Transilvânia Transexual”, presumivelmente outro planeta ou dimensão. Ele acaba de criar um homem para seu prazer sexual e está a celebrar isso de modo efusivo com outras personagens estranhas, como os seus servos escravizados. A partir do momento em que o casal penetra na mansão e conhece o seu proprietário e os seus convidados, o filme trava e começa a soluçar bastante: o director não tinha ideias boas para apresentar a partir dali e limita-se a ir recriando o musical teatral num ambiente cinematográfico. Obviamente, o filme tem uma energia sexual intensa e que nos desafia a despertar a sexualidade, a explorar o corpo, o prazer e a identidade sexual. A maturidade sexual, a identidade sexual e a homossexualidade são temas fortes que estão subjacentes ao roteiro e se enquadram bem na época em que o filme apareceu (lembre-se, a Revolução Sexual ainda estava a deixar as suas marcas nesta altura). Além disso, a Contracultura estava a viver um momento intenso na época e deu o seu contributo estético e visual, bastante marcado nos cenários e figurinos. O filme tem algumas cenas dignas de antologia, como a apresentação pessoal de Frank-N-Furter, no começo do filme, e um elenco fortíssimo dominado por actores com talento inquestionável. Tim Curry, na sua estreia cinematográfica, é gigantesco no papel principal e domina absolutamente cada cena. Ele é ‘sexy’, ele é provocador, ele é malévolo, intenso e por vezes cruel. O actor entrega-se completamente ao trabalho, sem receios, e oferece-nos um trabalho de valor absoluto. Susan Sarandon, ainda exalando juventude, é perfeita no papel de uma jovem modesta, sexualmente reprimida e dócil, e Barry Bostwick parece uma excelente opção para seu par romântico. Richard O’Brien e Charles Gray também nos deixam um bom trabalho, enquanto Patricia Quinn e Nell Campbell funcionam muito bem nas canções, mas têm pouco a acrescentar quando a música cessa. Pelo lado negativo… Jonathan Addams acrescentou muito pouco ao filme, Meat Loaf faz apenas uma aparição escusada e Peter Hinwood, cuja personagem poderia ter sido mais central, é descartado rapidamente. A nível técnico, o filme tem vários aspectos de qualidade que merecem a nossa análise e um comentário positivo começando pela cinematografia colorida, nítida e impactante, e pelos cenários elaborados e bizarros. A maquilhagem e os figurinos são impressionantes, de forte inspiração “punk”, mas parecem baratos. O castelo aonde boa parte do filme foi feito é bonito e enquadra-se bem na história. Sendo um musical, a banda sonora é crucial e funciona muito bem. Mesmo as músicas menos interessantes funcionam bem do ponto de vista narrativo, fazendo o filme avançar, com diálogos cantados e a acção avançando ao ritmo da música. A canção dos créditos iniciais é icónica, tal como “Sweet Trasvestite” que nos apresenta a personagem principal, mas eu confesso que gostei especialmente de “There’s a Light”. É uma canção muito bonita e carregada de esperança.