Sete Homens e Um Destino
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Sete Homens e Um Destino (1960)

12/10/1960 Ação, Aventura, Faroeste 1h 40min

75%

Avaliação dos usuários

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Eles eram em sete e lutaram como setecentos!

Sinopse

Numa pequena vila dominada por bandidos liderados por Calvera, alguns fazendeiros partem rumo ao norte em busca de armas para detê-los. Lá, eles conhecem o pistoleiro Chris Adams e fazem uma proposta. Relutante, Chris acaba aceitando e reúne mais seis homens para ajudá-lo nessa missão.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 11 de Janeiro de 2023

**Um ‘western’ clássico, por direito próprio.** Quando decidi ver este filme fi-lo graças à sua enorme popularidade em terras europeias, e não pela sua particular boa reputação. Por exemplo, eu sabia que o meu pai havia visto este filme num cinema em Luanda, Angola, nos anos em que estreou nos cinemas (ainda no tempo em que Angola não era um país independente), e o meu pai também gostou de o poder rever. Só mais tarde, ao ler um pouco acerca dele, descobri que o filme é uma adaptação para ‘western’ do famoso filme “Os Sete Samurais”, dirigido por Akira Kurosawa, que eu vi antes e que achei um pouco superestimado. E claro, é um daqueles ‘westerns’ clássicos puros dos EUA, e não um "western-spaghetti". O roteiro mantém a estrutura do filme de Kurosawa, adaptado ao Norte do México: uma aldeia de camponeses pacíficos, frequentemente pilhada por um bando de malfeitores, que contrata um pequeno grupo de sete pistoleiros honrados para os ajudarem a defender-se. Contudo, este filme corrige vários dos “erros” que eu apontei ao filme original nipónico: primeiro, é muito mais curto e resume mais os factos ao essencial, dando-nos uma narrativa menos maçuda, densa e mais eficiente a entreter-nos. Para isso, concentra as suas atenções na busca pelos homens mais indicados para o trabalho e, depois, nas várias peripécias para defender a aldeia. Continua, no entanto, a ser um filme previsível: nós sabemos que no fim os heróis vão salvar o dia, ainda que com algumas mortes corajosas na contagem final de corpos. Este é seguramente o grande filme da carreira de Yul Brynner. Ele já era um actor consagrado e teve forte peso na escolha do elenco, acabando por montar uma espécie de “dream team” de actores de acção incríveis. E ele mesmo fez um desempenho impactante neste filme. Steve McQueen também merece destaque, juntamente com James Coburn, sendo que ambos irão reencontrar-se em “Great Escape”, pouco tempo depois. Charles Bronson e Horst Buchholz também fazem um trabalho muito bom e aproveitam bem a oportunidade para desenvolverem as suas carreiras. Num registo mais discreto, Robert Vaughn e Brad Dexter ajudam a compor os sete heróis. Eli Wallach, no papel do vilão, não pode ser esquecido pela qualidade do trabalho que nos oferece, e pelo carisma que o acompanha. Tecnicamente, o filme não apresenta grandes valores a considerar. Muito do que vemos era o padrão do cinema norte-americano dos anos 60: a cinematografia é boa, bastante colorida e de boa luz, mas não é particularmente notável, e os cenários e figurinos são relativamente bons, do ponto de vista estético. A recriação da época histórica falha um pouco: ambientado por volta de 1865-1870, o filme tem, contudo, vários adereços e peças de vestuário que são nitidamente posteriores em várias décadas. Ficam esteticamente bem, mas não são rigorosas. Todavia, este filme compensa-nos com uma boa edição, um ritmo muito agradável, bons efeitos especiais e de som e uma excelente banda sonora, de cunho agradavelmente épico e heróico, assinada por Elmer Bernstein.