Rejeitados pelo Diabo (2005)
67%
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Sinopse
Filipe Manuel Neto
Escrita em 24 de Março de 2023**Entre comédia negra e terror nojento, não é um filme que quer ser levado a sério.** Rob Zombie é decididamente um homem de estômago forte. O seu currículo musical podia ser suficiente para o provar, mas temos ainda os seus filmes de terror, prova cabal do seu gosto por sangue e cenas chocantes. Pessoalmente, não sou fã de filmes excessivamente sangrentos, eu acho que o sangue e as mortes num filme de terror não devem ser indiscriminadas, acaba por ser contraproducente e por ter um efeito perverso, como se nos habituássemos àquilo, tirando eficácia a esse tipo de recurso. Este filme é a sequela de “A Casa dos 1000 Cadáveres”: começando onde este termina, mostra-nos o cerco à decrépita casa da família Firefly para prender ou massacrar a família de degenerados. Eles conseguem fugir e vão espalhar o pânico na região, em quanto a polícia local tenta tudo para os apanhar. Para compreender este filme, recomendo, portanto, ver primeiro o filme que dá origem a estes acontecimentos (e que é tão violento e repugnante quanto este). Porém, eu senti que este filme tem um roteiro ligeiramente melhor que o seu antecessor e que tenta pelo menos criar uma boa história, ao estilo “Bonnie & Clyde”, com referências culturais a Ned Kelly, Ma Barker e outros. O subgénero "slash", a que este filme pertence, tem uma legião de apreciadores e alguns filmes de renome, nomeadamente a franquia “Saw”. São filmes recheados de mortes violentas, actos infames, obscenidades e conteúdo gráfico. Eu já esperava por isso aqui. O que realmente não entendo é a forma como Zombie tenta introduzir comédia num filme destes. Mesmo tratando-se de humor negro, as tentativas de introduzir humor acabam por cortar o ambiente. De volta a personagens que já conheciam, Sid Haig e Bill Moseley continuam a fazer um grande trabalho como actores. Eles dominam o filme e as personagens deles têm tanto de cómico (isso não resultou comigo, mas…) quanto de brutal e sádico. Sherry Moon Zombie, que é a esposa do director, ganhou mais protagonismo neste filme, onde surge nua (ou quase) em várias cenas. A veterana e prestigiada Leslie Easterbrook (que a maioria das pessoas recordará pela actuação nas comédias da franquia “Academia de Polícia”) substituiu Karen Black, mas confesso que senti em diversos momentos que a actriz não se encaixava neste tipo de material. O filme conta ainda com outros actores conhecidos como William Forsythe, Ken Foree, Danny Trejo e Taylor Maine. Tecnicamente, o filme tem alguns pontos que merecem um destaque, a começar pelo uso de bons efeitos especiais e bons recursos digitais, que o director aproveitou da melhor forma. Não podemos deixar de observar com algum agrado a riqueza de detalhes dos cenários e figurinos, e o bom trabalho de câmara. A banda sonora conta com várias músicas conhecidas, e contribui para não levarmos o filme demasiado a sério.
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