Rashomon
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Rashomon (1950)

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01/01/1950 Crime, Drama, Mistério 1h 28min

81%

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‎O marido, a esposa... ou o bandido?‎

Sinopse

No Japão do século XI, um lenhador, um sacerdote e um camponês procuram refúgio de uma tempestade nas ruínas de pedra do Portão de Rashomon. O sacerdote conta detalhes de um julgamento que testemunhou, envolvendo o estupro de Masako e o assassinato do marido dela, Takehiro, um samurai. Em flashback é mostrado o julgamento do bandido Tajomaru, onde acontecem quatro testemunhos, inclusive de Takehiro através de um médium. Cada um é uma "verdade", que entra em conflito com as outras.

Akira Kurosawa

Diretor, Roteirista

橋本忍

Roteirista

Jingo Minoura

Produtor

永田雅一

Produtor Executivo
Sessões
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Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 31 de Maio de 2023

**Um bom filme.** Apesar de reconhecer a qualidade e a atenção aos detalhes, não consigo realmente gostar do cinema japonês. Talvez por ser tão diferente do que temos por aqui. Mas mesmo sendo assim tão diferente, temos de reconhecer o talento de quem o tem. Akira Kurosawa é um director de olhar afiado e detalhista, que sabe dirigir o pessoal ao seu comando e retirar de cada um o que precisa para o filme que tem em mãos. Este filme pareceu-me bastante mais complicado do que seria presumível, e eu devo dizer que me resolvi a vê-lo sem saber muito bem o que ia encontrar. Às vezes sabe bem descobrir algo e deixarmo-nos surpreender, não é? A história gira em torno de um crime praticado em meio à floresta, na qual morre um nobre muito rico, e o filme explora muito bem as ‘nuances’ entre as versões dos factos, contadas por vários intervenientes. Todavia, à relatividade da verdade, que Kurosawa acaba por defender neste seu filme, eu não posso deixar de contrapor a precisão e a absoluta realidade dos factos. Se Kurosawa pensa que pode haver várias verdades em torno de um facto, eu pessoalmente prefiro defender que podem existir várias perspectivas, várias faces de uma única verdade, factualmente comprovável. Nesse ponto, discordo do director. Independentemente das minhas discordâncias pessoais com Kurosawa, temos de reconhecer a beleza do roteiro, na sua escrita simples, mas não simplória, cristalina e clara, mas sempre feita em tom desafiador, filosófico. Os actores ajudam muito o director no seu afã, com grande empenho no projecto em curso e doses elevadas de profissionalismo. Pessoalmente, creio que só posso destacar Toshiru Mifune, um excelente actor em mais um trabalho soberbo. Os outros são igualmente muito bons, mas eu não os conheço. Tecnicamente, o filme vale a pena por todos os detalhes. A cinematografia, a preto-e-branco, salta à vista com um excelente uso da luz e sombra, e uma grande nitidez. O filme passa-se em meio à floresta e sabe torná-la misteriosa, mas fascinante, e os cenários são magníficos no seu detalhe. A banda sonora também é boa, mas confesso que nem sempre me cativou.

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