Pedro Quintão
Escrita em 26 de Julho de 2025
Não tinha qualquer expectativa exigente sobre Fantastic Four: First Steps. Só esperava que me conseguisse entreter e fossem 2 horas bem passadas, que é o que um blockbuster consegue fazer no mínimo. Mas a verdade é que olhei mais de 10 vezes para o relógio à espera que o tempo passasse devido a uma narrativa tão enrolada e secante. Até as 4 horas de The Brutalist passaram mais rápido e de modo bem mais interessante.
Primeiro de tudo, antes de ser atacado por qualquer fã ávido da Marvel, o filme não é péssimo, mas definitivamente não é para mim, pois achei-o mais do mesmo. Não houve qualquer efeito surpresa, tudo aconteceu em modo automático e, apesar dos bons atores, as personagens não me conquistaram. Na verdade, senti falta daquela dinâmica orgânica que observamos em Thunderbolts, onde as personagens pareciam realmente uma família. Até a narrativa de Thunderbolts nos consegue cativar a cada segundo com várias cenas de ação alucinantes, uma química natural entre as personagens e uma narrativa marcante que nos faz pensar enquanto nos entretém. Já em Fantastic Four, não existe tal química, pois este Quarteto Fantástico parecem 4 concorrentes do Big Brother na segunda semana do programa só que com menos "peixeirada", e o desenvolvimento da narrativa é secante. Posso dizer que gostei dos primeiros 15 minutos e, depois disso, tornou-se cada vez mais chato e enrolado, fazendo-me estar constantemente a espreguiçar, a colocar o meu corpo em diferentes posições na cadeira do cinema e a averiguar se faltava muito para terminar. Acreditem: se o estivesse a ver em casa, é provável que fizesse inúmeras pausas ou que passasse a sua visualização a fazer outras coisas.
E no meio de um sabor amargo, existem alguns problemas básicos como: o facto de só vermos os poderes dos Fantastic Four a serem realmente usados na apressada apresentação inicial e naquele 3.º ato genérico, cansado e desprovido de qualquer emoção. Pensei que o Galactus se iria afirmar como o novo grande vilão da Marvel, mas nunca chega a ser ameaçador. Na verdade, passei o filme com o meu subconsciente a gritar: “COME A PORRA DO PLANETA E FAZ COM QUE O FILME TERMINE.”
Ainda falando na conclusão, não esperem nenhuma surpresa. Cheguei a ler teorias de fãs, bem porreiras e originais, que resultariam muito bem e deixariam os espectadores com uma sensação próxima da que presenciamos no desfecho de Avengers: Infinity War, mas aqui, isso não aconteceu. Aliás, ainda não é desta que entendemos como esta família de super-heróis entra no atual universo da Marvel. Portanto, a cena pós-créditos de Thunderbolts continua sem explicação.
E continuando: existem personagens secundárias que não têm qualquer utilidade ou tramas paralelas que são pobres, ou são esquecidas de serem desenvolvidas (como o arco romântico do The Thing, que é abandonado a meio sem obter uma verdadeira conclusão).
Além disso, não posso deixar passar o péssimo CGI em diversas ocasiões, principalmente nas que envolvem o bebé da família, que me lembraram logo a Renesmee Cullen em The Twilight Saga: Breaking Dawn – Part 2. Existem dois momentos em que parece que o bebé foi editado no CapCut: um algumas cenas após nascer, quando está no colo do The Thing, outro é após a batalha final num suposto momento que deveria ser impactante, mas que a minha ânsia de ir embora eliminou esse impacto pretendido.
Não odiei, mas também não gostei. Para mim, Fantastic Four: First Steps pode estar próximo de ser um filme mediano, mas está com os passos enterrados no fraco e genérico. Visualmente é um dos trabalhos mais belos e distintos da Marvel, amei a fotografia e a direção artística, mas se retirarmos isso, é completamente vazio.
Contudo, pode ser que agrade mais aos verdadeiros fãs da Marvel, e é apenas a minha opinião, não significa que esteja certo ou errado. Portanto, se forem fãs, corram para o cinema. Talvez este novo Quarteto Fantástico vos conquiste. Se forem espectadores comuns, como eu, não gastem o vosso dinheiro.
Priscila Oliveira
Escrita em 24 de Julho de 2025
confesso, fui até com um certo preconceito achando que poderia ser mais um daqueles reboots esquecíveis. Mas me surpreendeu. O filme tem identidade, tem estética e, o mais importante: entrega uma experiência divertida e visualmente marcante.
O primeiro ponto que você precisa saber é que não é necessário ter visto os filmes anteriores do Quarteto ou estar por dentro do MCU para acompanhar essa história. Essa versão se passa em uma Terra paralela, a 818, enquanto o universo principal do MCU é a famosa Terra-616. Esse detalhe, que poderia parecer técnico demais, é na verdade um diferencial — pois nos coloca dentro de uma nova linha do tempo, com mais liberdade criativa e uma vibe bem anos 60, como se estivéssemos folheando um quadrinho clássico.
Sobre os personagens, a construção do grupo é carismática e funcional. O Homem-Coisa é bruto por fora, mas carrega uma sensibilidade que o torna essencial — o “braço” da equipe, literalmente e emocionalmente. Já o Tocha Humana, interpretado brilhantemente por Joseph Quinn (conhecido por Stranger Things e Um Lugar Silencioso), se destaca não só como alívio cômico ou galã, mas com real importância para o enredo. Finalmente deram a ele o espaço que merecia.
A Mulher Invisível, vivida por Vanessa Kirby, é o coração do filme. Diferente da imagem passiva que alguns roteiros antigos lhe deram, aqui ela é quem negocia, lidera, sustenta a equipe — uma verdadeira leoa. A atuação de Kirby é tão poderosa que, para mim, foi a revelação do elenco.
Já o Senhor Fantástico, com Pedro Pascal, me pareceu o ponto mais “morno” do quarteto. Ele entrega bem o lado intelectual e estratégico do personagem, mas o uso do seu poder elástico ficou um pouco apagado. Ainda assim, o tom encaixou bem com a proposta do filme.
O roteiro é funcional, mas sofre com cortes visíveis — momentos que pediam mais explicação foram encerrados rápido demais. Com apenas 1h50 de duração, mais 20 minutinhos fariam toda a diferença. Ainda assim, as cenas de ação compensam bastante: vibrantes, bem coreografadas e difíceis de desviar o olhar.
Agora, preciso destacar a Surfista Prateada. Cercada de críticas antes mesmo da estreia por ter sido reinventada como uma mulher e mãe, a personagem foi uma das melhores surpresas do filme. A carga emocional que ela carrega, sua conexão com a Mulher Invisível e o papel central que exerce na trama fazem tudo se encaixar lindamente. E para quem critica mudanças sem assistir: vale a pena dar uma chance. Foi uma escolha criativa e sensível, que funcionou muito bem.
Um easter egg que me chamou atenção foi o uso do disco de ouro da Voyager 1 e 2 — uma referência real e muito simbólica. Para quem não sabe, essas sondas foram lançadas pela NASA nos anos 70, com discos contendo sons, músicas e mensagens da Terra, enviados ao espaço como uma “cápsula do tempo” interplanetária. Um toque poético que conectou a ficção científica do filme com a nossa realidade.
No fim, Quarteto Fantástico entrega um ótimo filme pipoca, com futuro promissor no MCU. Temos duas cenas pós-créditos, e uma delas já nos dá a certeza de que veremos mais do quarteto em breve.
Priscila Oliveira
Escrita em 24 de Julho de 2025
confesso, fui até com um certo preconceito achando que poderia ser mais um daqueles reboots esquecíveis. Mas me surpreendeu. O filme tem identidade, tem estética e, o mais importante: entrega uma experiência divertida e visualmente marcante.
O primeiro ponto que você precisa saber é que não é necessário ter visto os filmes anteriores do Quarteto ou estar por dentro do MCU para acompanhar essa história. Essa versão se passa em uma Terra paralela, a 818, enquanto o universo principal do MCU é a famosa Terra-616. Esse detalhe, que poderia parecer técnico demais, é na verdade um diferencial — pois nos coloca dentro de uma nova linha do tempo, com mais liberdade criativa e uma vibe bem anos 60, como se estivéssemos folheando um quadrinho clássico.
Sobre os personagens, a construção do grupo é carismática e funcional. O Homem-Coisa é bruto por fora, mas carrega uma sensibilidade que o torna essencial — o “braço” da equipe, literalmente e emocionalmente. Já o Tocha Humana, interpretado brilhantemente por Joseph Quinn (conhecido por Stranger Things e Um Lugar Silencioso), se destaca não só como alívio cômico ou galã, mas com real importância para o enredo. Finalmente deram a ele o espaço que merecia.
A Mulher Invisível, vivida por Vanessa Kirby, é o coração do filme. Diferente da imagem passiva que alguns roteiros antigos lhe deram, aqui ela é quem negocia, lidera, sustenta a equipe — uma verdadeira leoa. A atuação de Kirby é tão poderosa que, para mim, foi a revelação do elenco.
Já o Senhor Fantástico, com Pedro Pascal, me pareceu o ponto mais “morno” do quarteto. Ele entrega bem o lado intelectual e estratégico do personagem, mas o uso do seu poder elástico ficou um pouco apagado. Ainda assim, o tom encaixou bem com a proposta do filme.
O roteiro é funcional, mas sofre com cortes visíveis — momentos que pediam mais explicação foram encerrados rápido demais. Com apenas 1h50 de duração, mais 20 minutinhos fariam toda a diferença. Ainda assim, as cenas de ação compensam bastante: vibrantes, bem coreografadas e difíceis de desviar o olhar.
Agora, preciso destacar a Surfista Prateada. Cercada de críticas antes mesmo da estreia por ter sido reinventada como uma mulher e mãe, a personagem foi uma das melhores surpresas do filme. A carga emocional que ela carrega, sua conexão com a Mulher Invisível e o papel central que exerce na trama fazem tudo se encaixar lindamente. E para quem critica mudanças sem assistir: vale a pena dar uma chance. Foi uma escolha criativa e sensível, que funcionou muito bem.
Um easter egg que me chamou atenção foi o uso do disco de ouro da Voyager 1 e 2 — uma referência real e muito simbólica. Para quem não sabe, essas sondas foram lançadas pela NASA nos anos 70, com discos contendo sons, músicas e mensagens da Terra, enviados ao espaço como uma “cápsula do tempo” interplanetária. Um toque poético que conectou a ficção científica do filme com a nossa realidade.
No fim, Quarteto Fantástico entrega um ótimo filme pipoca, com futuro promissor no MCU. Temos duas cenas pós-créditos, e uma delas já nos dá a certeza de que veremos mais do quarteto em breve.