Pedro Quintão
Escrita em 28 de Setembro de 2025
Se o primeiro já tinha sido fraco, este acaba por ser um ligeiro upgrade, sobretudo por não cair no erro de ser um remake desinspirado do filme original de 2008. Há aqui um pouco mais de identidade própria e até um fator surpresa que, mesmo quando que nunca realmente surpreenda.
A narrativa, no entanto, continua a ser pouco mais do que uma sucessão de perseguições: a protagonista acorda no hospital, é caçada pelos três mascarados, surgem flashbacks cringe sobre o passado de um dos Estranhos, muda-se o cenário e a perseguição repete-se, há outro flashback e o filme termina. O pior é que estes flashbacks acabam por abrandar o ritmo, soar quase forçados e explorarem o passado dos vilões da pior forma. Para terminar, ainda temos direito a uma cena pós-créditos com teaser para The Strangers 3, que solta um grande spoiler.
A sensação que fica é a de desperdício. Esta trilogia poderia resultar muito melhor se condensada num único filme de duas horas: primeiro ato com o ataque ao casal, segundo ato com a fuga no hospital e perseguição na floresta e um terceiro ato a resolver o que agora está guardado para o último capítulo. Seria mais compacto, mais intenso e, provavelmente, mais memorável. Mas a Lionsgate escolheu o caminho da ganância, esticando ao máximo o argumento em três filmes que se arrastam, sem grande progressão narrativa.
Apesar disso, não considero Chapter 2 um desastre. É fraco, mas entretém durante 90 minutos. Claro que há várias incongruências: decisões questionáveis da protagonista, vilões e vítimas que tomam decisões pouco inteligentes e questionáveis. Uma vilã, num momento é ferida na perna com uma forquilha e no momento seguinte caminha como se nada tivesse acontecido, mas a cereja no topo do bolo é a cena surreal envolvendo um javali, onde ele luta contra a protagonista e é impossível de ser levada a sério.
No fundo, The Strangers: Chapter 2 não assusta, não marca pela originalidade, mas também não é o desastre total que poderia ter sido. Dá para ver sem grandes expectativas, mas não deixa qualquer impacto depois dos créditos finais.