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O Show de Truman: O Show da Vida (1998)
81%
Avaliação dos usuários
No ar. Sem saber.
Sinopse
Sem Nome
O Show de Truman é um filme genial que consegue entreter e ao mesmo tempo fazer o público refletir sobre aspectos essenciais da existência humana. Com uma atuação brilhante de Jim Carrey e uma história cativante, o filme é uma obra-prima que desperta curiosidade, apreensão e, posteriormente, uma profunda autoavaliação.
Filipe Manuel Neto
**Provocador e filosófico, não é um filme para todos os gostos.** Este é um filme que se torna desconfortável e difícil de digerir porque tece uma forte crítica social. A vida naquela cidade costeira representa a realidade que queremos mostrar aos outros, como se vivêssemos pelas aparências (na verdade, vivemos). É uma cidade ideal, perfeita, calma, sem lixo, sem crime, sem pobreza, onde todos são amigos mas não há relação de proximidade ou de amizade, nem de raiva ou rancor... nenhum vestígio de humanidade, no bom ou mau sentido do termo. E Truman Burbank é o símbolo de um ser humano artificial num mundo artificial. É essa artificialidade latente em tudo que incomoda, sempre incomodou a personagem que, afinal, não tem consciência de fazer parte de um "reality show" multi-milionário, que transmitiu ao mundo todos os dias da sua vida. E aqui está outra importante provocação essencial para a compreensão do filme: uma crítica ao tipo de programas de TV que vemos, que exploram e fazem milhões à custa das fraquezas e dores das pessoas. O filme também faz algumas considerações sub-reptícias e altamente filosóficas, como a natureza de Deus, o tamanho do Universo, a razão da existência do Homem. O filme desenvolve-se bem, em torno da busca de Truman pela verdade por trás da aparente mentira em que vive. Jim Carrey é o grande nome do filme. Faz um excelente trabalho e prova-nos que pode ser sério e dramático. No entanto, pode ter decepcionado algumas audiências que foram ver o filme esperando mais uma comédia. Brilhou neste papel dramático, está quase sempre presente e consegue, mesmo no contexto sério do filme, parecer bonito e brincar sem chegar ao ponto da idiotice. Ed Harris também brilhou, no papel do director do programa de televisão, sempre tentando manter a sua estrela viva e brilhante. É um papel secundário, mas Harris sabia como enobrecer a sua personagem com um trabalho bem feito. Este é um filme complexo e provocante, mas esconde-se por trás de uma história relativamente simples e grande humildade. Não é uma produção elaborada, não me parece ter sido cara nem tem efeitos especiais ou visuais de grande visibilidade. Tudo é feito com discrição, mas eficiência. No entanto, não é um filme para todos. É engraçado sem ser cómico porque não é o humor que faz o filme funcionar. Deixa muitas perguntas e reflexões na nossa cabeça mas, para alguns, será um filme chato.
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