O Sétimo Selo

O Sétimo Selo (1957)

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01/01/1957 Drama, Fantasia 1h 36min

82%

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Sinopse

Após dez anos, um cavaleiro retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela Peste Negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e, enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com ela ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.

Ingmar Bergman

Diretor, Roteirista

Allan Ekelund

Produtor
Sessões
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Críticas dos Especialistas
Alexandria Secular

Alexandria Secular

Escrita em 13 de Junho de 2023

"O Sétimo Selo" é um clássico do cinema dirigido por Ingmar Bergman, lançado em 1957. Considerado uma das obras-primas do diretor sueco, o filme é conhecido por sua profundidade filosófica e abordagem temática única. A história se passa na Idade Média e segue a jornada de um cavaleiro chamado Antonius Block, interpretado brilhantemente por Max von Sydow, que retorna das Cruzadas para uma Suécia assolada pela peste negra. Block se depara com a personificação da Morte, e desafia-a para um jogo de xadrez, na esperança de ganhar tempo para encontrar respostas para suas dúvidas existenciais. O filme é uma reflexão sobre a vida, a fé, a mortalidade e o sentido da existência humana. Bergman utiliza o jogo de xadrez como uma metáfora para o confronto entre o homem e a morte, em que Block busca compreender a sua própria condição e o propósito da vida diante da iminência da morte inevitável. A cinematografia de "O Sétimo Selo" é deslumbrante, com uma fotografia em preto e branco que cria uma atmosfera sombria e melancólica. A direção de arte retrata com precisão a atmosfera medieval, com paisagens frias e desoladas, castelos imponentes e personagens marcantes. A atuação de Max von Sydow é notável, transmitindo a angústia e a busca por respostas de seu personagem de maneira intensa. Além disso, a Morte, interpretada por Bengt Ekerot, é icônica e assustadora, com sua maquiagem pálida e olhar penetrante. Além disso todos os outros atores se destacam por suas excelentes atuações. O roteiro de "O Sétimo Selo" é brilhante, explorando questões existenciais de forma poética e profunda. As discussões filosóficas entre os personagens, que abordam temas como religião, fé e a natureza humana, são instigantes e deixam o espectador imerso na reflexão. Embora seja um filme denso e contemplativo, "O Sétimo Selo" possui momentos de humor e leveza, especialmente nas cenas envolvendo os personagens Jöns e Plog, aliviando a tensão do tema principal. "O Sétimo Selo" é uma obra-prima cinematográfica que cativa o espectador com sua narrativa poderosa, direção habilidosa e performances marcantes. O filme permanece como um marco do cinema, oferecendo uma reflexão profunda sobre as questões universais da vida e da morte. É uma experiência cinematográfica que desafia e provoca, deixando uma impressão duradoura no espectador.

Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 5 de Julho de 2023

**A universalidade e invencibilidade da Morte, o medo de morrer, a importância da fé e a sua instrumentalização pela Igreja num filme intemporal, mas que não é para todos.** O filme, ambientado num período tardio da Idade Média, começa com o regresso de um cavaleiro à sua terra natal, na Suécia, depois de ter participado das cruzadas. Ao avistar a figura da Morte, que o veio buscar, ele decide tentar ganhar tempo convidando-a para jogar xadrez: se ele ganhar a partida, a Morte não o levará. O que se segue é um enorme ensaio cinematográfico em torno dos temas da morte, das crenças, da fé, da religião e do papel da espiritualidade na vivência humana. Enquanto a peste vai grassando e fazendo vítimas, vemos as pessoas cada vez mais assustadas, e a recorrerem cegamente à fé para se protegerem do que parece o final dos tempos. Vemos o quotidiano das pessoas, com os seus erros, virtudes, pecados e dificuldades. Vemos o próprio cavaleiro, com um medo crescente de morrer e a debater-se com dúvidas cada vez mais profundas sobre a fé, a existência de Deus. Vemos ainda a forma como a Igreja instrumentalizava o medo da morte para reforçar o seu poder, influência e relevância no seio de comunidades sem instrução e abaladas pela epidemia. O final é simples, mas há um significado profundo nele. A obra-prima do cineasta sueco Ingmar Bergman parece ter origem no seu próprio medo da morte. Max von Sydow, que deu vida ao cavaleiro, é o maior actor presente no filme e dá-nos uma interpretação forte e impactante. O filme ganhou notoriedade ao longo das décadas e tornou-se num dos clássicos mais intemporais e culturalmente significativos do cinema europeu. Contudo, não é um filme para todos os gostos. A sua simplicidade, a maneira como aborda temas muito complicados e filosóficos e o final difícil de entender a um primeiro olhar são razões de sobra para que muita gente não goste deste filme, e eu sou obrigado a reconhecer que há alguma razão. Para mim, pessoalmente, não foi um sucesso, não é um filme que queira ver regularmente, mas reconheço o seu valor.

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