O Santo

O Santo (1997)

03/04/1997 Ação, Aventura, Ficção científica, Romance, Thriller 1h 56min

61%

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Nunca revele seu nome. Nunca dê as costas. Nunca entregue seu coração.

Sinopse

Simon Templar é contratado pelo magnata do petróleo russo Ivan Tretiak para roubar uma fórmula secreta. Ele seduz a cientista Emma Russell e consegue a informação, mas a fórmula estava incompleta. Agora, Tretiak quer matar Templar e sequestrar Emma.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 26 de Dezembro de 2023

**Um dos piores filmes de espionagem de todos os tempos, na minha opinião.** Quem viu a série original, dos anos 60, com Sir Roger Moore no papel principal (ele veio mais tarde a incorporar a personagem de outro agente secreto charmoso, James Bond, que o tornou mundialmente famoso), nunca vai esquecer. Foi indiscutivelmente uma das mais bem feitas séries europeias daquela época, e fez um enorme sucesso. Eu nunca a vi toda, embora gostasse, até porque não sou tão velho. Vi alguns episódios soltos em canais de TV dedicados a programação antiga. E reconheço que não há como comparar o produto original com este filme, muito inferior. Tecnicamente, o filme procura colocar à disposição da produção tudo o que havia de mais avançado, mas ainda assim não nos dá um grande espectáculo visual. Qualquer filme da franquia 007 da era Pierce Brosnan (sensivelmente da mesma época) consegue ser muito melhor, visualmente mais arrebatador e mais bem executado. Desde os cenários à edição, passando pela cinematografia, figurinos e efeitos especiais, o filme nunca consegue ser tão incrível quanto precisaria para nos encantar. Isso não significa que seja mal executado ou cometa erros muito gritantes neste domínio! É simplesmente mais do mesmo. Val Kilmer não é um mau actor, mas é um daqueles actores que precisa de ser muito bem dirigido para conseguir chegar aonde se pretende que ele chegue. Já o vi noutros filmes em que ele é simplesmente impecável, portanto não o consigo culpar inteiramente por ter sido tão canastrão neste filme. Pessoalmente, penso que o material que lhe foi dado para trabalhar já era mau e que o director, Phillip Noyce, não foi capaz de auxiliar o actor conforme ele precisava. Contudo, é justo que se refira que Kilmer foi, ainda assim, o mais competente actor presente neste filme! Elizabeth Shue não tem mais para fazer do que ser a donzela em perigo do dia e o par romântico mais do que óbvio do herói (o velho cliché misógino da mulher como troféu de recompensa no final da façanha), quanto mais não seja pelo facto de passar o filme inteiro a mostrar o quão carente ela se sente! É degradante e triste! A actriz é terrível e não vai além de um esforço medíocre. Ainda piores são os dois vilões, Rade Serbedzija e Valeriy Nikolaev. O primeiro ainda mostra algumas qualidades como actor e tenta fazer alguma coisa convincente, mas está preso aos mais velhos clichés sobre oligarcas russos corruptos, e o segundo é apenas o ajudante brutal com tiques narcisistas e sociopatas. O filme poderia não ter afundado completamente se tivesse, pelo menos, um roteiro digno desse nome. Infelizmente, Noyce consentiu em dirigir um dos piores roteiros de filmes de espionagem que eu já vi. Começa por pegar num dos mitos mais fantasistas e idiotas da física nuclear, que é a fusão nuclear a frio, algo que qualquer professor escolar na área saberá explicar muito facilmente que é impraticável. Depois, inventa uma crise energética na Rússia, pasme-se! Num dos maiores produtores mundiais de petróleo e gás natural! É algo tão absurdo que não se consegue acreditar, mesmo considerando que essa crise podia ser provocada por um grupo de pessoas com interesse em desestabilizar o país. Não havia realmente um enredo mais sedutor ou apelativo que pudesse ter sido utilizado?