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O Grande Lebowski (1998)
78%
Avaliação dos usuários
Tempos como estes pedem um Grande Lebowski.
Sinopse
Joel Coen
Diretor, EscritorEthan Coen
Produtor, EscritorTim Bevan
Produtor ExecutivoEric Fellner
Produtor ExecutivoFilipe Manuel Neto
Escrita em 28 de Dezembro de 2024**Mais um bom filme dos Coen.** Costumo gostar bastante dos filmes dos Irmãos Coen, e este não foi uma excepção. Sendo mestres do humor negro e do sarcasmo, deixam-nos uma história muito interessante onde dois homens com o mesmo nome – um rico e outro pobre – acabam por ter as suas vidas interligadas por uma mera coincidência. Claro, o enredo é bastante mais rico do que isso, mas não quero estar aqui a falar dele porque este filme é um daqueles que o público ganha em saber o menos possível. Eu senti isso: vi o filme sabendo muito pouco acerca do que ia ver e, agora que sei, não sei se me sentiria tão preso ao filme, ainda que não lhe negue uma segunda ou terceira visualização no futuro. Quem conhece os directores está certamente familiarizado com o seu estilo peculiar, cheio de bizarrias e com forte apetência pelo sarcasmo. Eles não desiludem os seus apreciadores de sempre e oferecem-nos um filme que requer a nossa atenção, apresenta reviravoltas e pequenas surpresas que, se estivermos distraídos, perdem todo o efeito pretendido. Temos ainda um bom núcleo central de personagens, adequadamente desenvolvidas, que fazem muito pelo filme e pela conexão com o público. Lebowski, o “Dude” como ele gosta de ser chamado, é o típico preguiçoso que parece ter vindo ao mundo em turismo. Ele é tudo o que as nossas mães nos devem ter dito para não sermos. O outro Lebowski, o “grande”, é um velho milionário paraplégico com uma vida frustrada, que vive numa mansão entre a sua própria grandiosidade. O bowling, uma actividade recreativa muito querida entre os norte-americanos e semelhante ao tradicional jogo português da malha, é parte essencial da trama. A nível técnico, o filme não tem erros. A minúcia dos cineastas domina todo o filme e vai ser garantia de uma enorme qualidade estética e visual, as quais podem ser verificadas no trabalho de filmagem primoroso (atente-se às cenas dentro da máquina de bowling e a outros detalhes subtis), na fotografia habilmente trabalhada ao nível da cor e da luz, nas escolhas dos locais de filmagem, cenários e adereços, e até mesmo nos veículos usados (por exemplo, o carro de “Dude” é o espelho dos hábitos desmazelados do seu dono). A banda sonora também faz um trabalho notável, bem como a narração. Jeff Bridges provou ser o actor certo para encarnar “Dude” Lebowski. Acho que deve ter sido a primeira vez que ele trabalhou com os Coen, e fez um trabalho notável. Com ele colaborou o calejado John Goodman, que também está em grande forma aqui e oferece o seu trabalho de cinema mais inspirado em vários anos. John Turturro, outro actor regular para os Coen, faz um papel menor que serve somente como alívio cómico. Mais relevante é David Huddleston, um veterano a quem competiu a tarefa de dar vida ao milionário, e Julianne Moore, que encarna uma ex-mulher sua profundamente irreverente e inserida no meio “avant-garde”. Steve Buscemi e Philip Seymour Hoffman também aparecem neste filme e dão um contributo positivo.
5000 Caracteres Restantes.