Max
Max Amazon Channel
Número 23 (2007)
64%
Avaliação dos usuários
Primeiro toma conta de sua mente... depois toma conta de sua vida.
Sinopse
Filipe Manuel Neto
Escrita em 25 de Novembro de 2018**O final do filme estragou tudo.** Sabemos que as chamadas "teorias da conspiração" tornaram-se populares hoje em dia. Para os fãs, não há virtualmente nenhum detalhe da nossa vida quotidiana que não esteja provavelmente associado a qualquer conspiração. Neste caso, o filme associa essa ideia a obsessões numéricas e à busca de padrões e relações entre ocorrências distintas. O conceito explora o surreal e é bastante original, pois é incomum em thrillers (pelo menos, não me lembro de nenhum com essa receita antes). O roteiro centra-se em Walter, um homem perfeitamente comum que começa a sentir-se ameaçado e perseguido por um número depois de ler um livro perturbador. Ele procura, e encontra, esse número ligado a factos e situações diferentes, à medida que nós começamos a questionar a sua sanidade. O filme começa bem: os créditos iniciais, graficamente elegantes, foram uma forma original de apresentar o tema ao público e dar-lhe alguma credibilidade. Também gostei da forma como Walter é apresentado e como o filme enfatizou a sua normalidade. Ele é um tipo como qualquer outro, com valores e integridade, tentando viver a sua vida, mas que acaba apanhado no meio de um furacão obsessivo. A sua transformação é evidente e, naquele momento, já ganhamos alguma simpatia por Walter e a nossa curiosidade é alimentada pelas suas descobertas. No entanto, certas coisas tornam-se previsíveis demais. Por exemplo, desde o início que é evidente que Fingerling será um alter-ego negativo de Walter. A previsibilidade devia ter sido evitada mas ainda é um problema menor... o maior problema é o final, que tem uma linha de orientação muito longa e acaba por ter um resultado decepcionante e anti-climático. Um final mais elaborado e menos convencional teria tornado este filme excepcional. Foi uma oportunidade perdida. Não tenho nada a dizer sobre a direcção de Joel Schumacher. Ele está longe de ser um director muito bom, mas conseguiu desembaraçar-se aqui. Por outro lado, tenho muito o que dizer de Jim Carrey. Estou cada vez mais convencido de que este actor foi muito subestimado. Ele tornou-se popular graças às comédias e ficou muito ligado a elas perante o público, e por isso ficamos surpreendidos quando percebemos que ele também pode ser um bom actor dramático. Mas vamos ser honestos: não foi o seu primeiro filme dramático, pelo contrário. Ele parece estar a fazer um esforço para nos mostrar versatilidade e cabe a nós perceber isso. Ele foi muito bom aqui, fez um trabalho sólido e bem feito... Mais difícil de engolir foram as cenas de sexo. Na verdade, senti que, às vezes, estavam a mais no filme. Virginia Madsen também fez um bom trabalho aqui, como uma dedicada esposa ou uma amante italiana ardente, com contornos ninfomaníacos (os dois actores interpretaram duas personagens, "ego" e "alter-ego"). Tecnicamente, o filme tem alguns momentos brilhantes. A cinematografia começa com tons quentes mas sofre uma violenta mudança com Fingerling, carregando-se de tons frios, claro-escuro, vazios e sombras. A partir daí, à medida que a obsessão avança, tudo se torna mais frio e sombrio. Também notei alguns excelentes ângulos de câmara, incluindo o uso inteligente dos reflexos. Este filme é um daqueles que podem enlouquecer-nos... tinha tudo para ser muito bom. Uma ideia original, excelentes actores, um director decente e bons valores de produção. O roteiro começou bem e foi desenvolvido de forma convincente... mas quando deviam ter colocado a cereja no topo do bolo, tudo ruiu como um castelo de cartas. Frustrante...
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