Mr. Holland: Adorável Professor

Mr. Holland: Adorável Professor (1995)

29/12/1995 Drama, Música 2h 7min

70%

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Sinopse

Em 1964, o jovem compositor Glenn Holland decide dar aulas de música, enquanto economiza para dedicar todo seu tempo à composição de sua sinfonia. Os alunos estão longe das expectativas de Glenn.

Patrick Sheane Duncan

Produtor Executivo, Escritor

Michael Nolin

Produtor

Robert W. Cort

Produtor

Ted Field

Produtor

Stephen Herek

Diretor

Scott Kroopf

Produtor Executivo
Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 12 de Setembro de 2023

**Mais um bom filme sobre professores marcantes na vida dos seus alunos: mais um.** Querido e paciente leitor, uma das coisas que eu mais gosto num filme é, além de contar uma boa história e nos entreter positivamente por uma ou duas horas, permitir-nos uma reflexão sobre diversos assuntos e temas. Esse exercício de questionamento crítico, livre e acessível ao público de massas e muito mais atractivo do que um livro de seiscentas páginas, é das mais importantes qualidades do cinema. E este filme tem imensos temas e tópicos merecedores da nossa reflexão. Convém, primeiro, dizer que o filme é muito bom! Está muito esquecido hoje e merece ser repescado pelos fãs da sétima arte. É, penso eu, a melhor obra do Stephen Herek, director que está mais focado na televisão e não particularmente bom. O mérito do filme cai, em boa parte, na grande qualidade do roteiro de Patrick Sheane Duncan, que criou a história de um compositor que passa a ser professor de música num liceu para ter algum rendimento e acaba por marcar várias gerações de alunos, ensinando-os a amar a música ao mesmo tempo que tenta proteger e apoiar o seu próprio filho que, para desgosto do pai, nasceu surdo. Em adição a uma história profunda e comovente, temos bons actores a trabalhar de uma forma muito empenhada: Richard Dreyfuss pode ser um actor que, hoje, está um pouco afastado dos holofotes, mas oferece-nos neste filme um extraordinário desempenho e foi nomeado ao Óscar de Melhor Actor (ele perdeu a estatueta para Nick Cage, que brilhou em “Morrer em Las Vegas” num papel psicologicamente mais desafiador). Glenne Headly e um jovem Terrence Howard deram-lhe um apoio bem-vindo e muito sólido. O filme brilha e comove-nos com a sua história, destacando a importância da música na formação de crianças e jovens, e a relevância do ensino artístico. Numa sociedade onde, cada vez mais, somos apreciados pelo dinheiro que damos a ganhar aos outros, as artes e as áreas das ciências humanas (história e filosofia, por exemplo) são pouco apreciadas porque se considera que têm muito poucas saídas profissionais e aplicabilidade prática. A situação não podia ser mais injusta: as ciências humanas ensinam a pensar e a ter uma consciência crítica e uma cultura geral abrangente, ao passo que as artes nos transmitem sentido estético e uma capacidade de auto-expressão que, ao contrário da escrita, pode e tende a ser universalmente inteligível. É pena que os directores de recursos humanos se revelem, muitas vezes, pessoas tão obtusas e de horizontes tão curtos. O filme aborda a surdez de um modo interessante, mostra-nos que mesmo um surdo pode apreciar música e que a surdez não é impedimento para uma vida activa e feliz. O filme, para mim, têm apenas dois grandes problemas, e ambos residem igualmente no roteiro escrito: o primeiro problema, e para mim o mais grave, é recair nos clichés mais velhos que existem sobre filmes em ambiente escolar ou envolvendo professores, e todo o impacto que eles têm nas vidas dos seus alunos. Isso foi feito, muito mais eficazmente e de maneira impecável, em “O Clube dos Poetas Mortos” e “O Sorriso de Mona Lisa”. Nesse ponto, o ponto mais essencial da trama, não há nada de original e limitamo-nos a ver o mesmo de sempre, mas sob outra perspectiva. O segundo problema é aquela despropositada tensão amorosa entre Holland e uma das suas jovens e sedutoras alunas. Já todos sabemos que a relação entre uma aluna e o seu professor é das fantasias eróticas mais apelativas entre os homens de meia-idade, e consigo compreender porque incluíram essa sub-trama, mas não vem a propósito e nunca devia ter sido incluída no corte final.

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