MASH
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MASH (1970)

18/02/1970 Comédia, Drama, Guerra 1h 52min

70%

Avaliação dos usuários

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Sinopse

Durante a Guerra da Coreia, dois competentes jovens cirurgiões, Duke e Hawkeye transformam a rotina de horror e sangue em algo divertido e irônico, através de seu modo descontraído de viver a vida - claramente para evitar os choques e traumas causados pelo que eles passam diariamente, salvando seus companheiros da morte.

Robert Altman

Diretor

Ingo Preminger

Produtor

Ring Lardner, Jr.

Roteirista
Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 16 de Março de 2024

**Sem nunca se ter tornado num clássico, este é um filme que teve o seu espaço e tempo próprio.** Há certos filmes que, apesar de terem quarenta ou cinquenta anos, parecem manter toda a sua actualidade e pertinência nos dias actuais. Esses filmes ultrapassam, geralmente, as provas do tempo e continuam a conquistar público geração após geração. E, por outro lado, há filmes que, por serem o retracto da época em que foram feitos e lançados, pertencem àquela época específica e precisam de ser compreendidos à luz desse tempo. A trama desenvolve-se durante a Guerra da Coreia, que ocorreu logo após a Segunda Guerra Mundial e dividiu dois países ainda em guerra, embora seja um conflito congelado. A acção centra-se numa unidade móvel médica perto da linha da frente, onde um grupo de médicos e enfermeiras procura, por meio do humor e do sarcasmo, aligeirar o ambiente tenso e esquecer o perigo em volta, ignorando e ridicularizando a autoridade dos seus superiores. Como se pode ver, não podemos entender o filme sem mergulhar na mentalidade dos anos 70. Numa altura em que a juventude americana gritava pela paz e contra a guerra no Vietname, que filme faria mais sentido do que uma paródia cómica ao exército? A Coreia havia sido recente e não tinha o carácter quase sagrado da participação na Segunda Guerra Mundial, era lícito brincar e colocar médicos barbudos, com um estilo 100% ‘hippie’, bêbados ou semi-drogados, a fazer palhaçadas que, em circunstâncias reais, os levariam a tribunal marcial. Se este filme tivesse sido lançado apenas dez anos antes, teríamos algo totalmente diferente, mas esta é a década do Flower Power, da paz e amor. Robert Altman assegura uma direcção razoavelmente eficaz. A recriação da época, e dos ambientes do campo militar, é feita com carinho e esmero técnico. Havia ainda material de guerra autêntico que podia ser utilizado na concepção dos cenários e dos figurinos e é bastante provável que alguma testemunha tenha dito como eram aquelas unidades móveis de saúde, e o que lá era feito. Porém, o roteiro carece de unidade e coesão e assemelha-se a uma colagem de episódios cómicos ou sarcásticos, sem grande relação entre si. Era um mau roteiro e não consigo entender como ganhou um Óscar de Melhor Roteiro Adaptado. O tipo de humor é outro problema adicional: o nosso sentido de humor mudou muito em poucas décadas e a nossa sensibilidade não deixar escapar piadas de tão mau gosto como as que acontecem ocasionalmente aqui, em particular que visam personagens femininas. O que salva o filme acaba por ser a enorme capacidade de improviso e criatividade que o elenco empregou no projecto. Com roteiristas pouco competentes e material insuficiente para construir personagens, o director parece ter tido a inteligência para dar aos actores a margem suficiente para preencher as lacunas, moldando as personagens ao seu jeito. Foi o que fez Donald Sutherland, que assim garantiu uma liderança fortíssima e carismática ao longo de todo o filme. Não é, nem de perto, o melhor trabalho do actor, mas ele logrou desembaraçar-se com louvor. Elliott Gould e Tom Skerritt seguem-no de perto e fazem o núcleo mais consistente do elenco, com personagens suficientemente boas para sustentar a acção. Robert Duvall, Sally Kellerman e Roger Bowen dão um apoio indispensável. Na época, o filme foi um sucesso, como seria de esperar e rendeu até uma série de TV. E hoje? Quase ninguém se lembra de nada e dizer que este filme é um clássico parece-me, no mínimo, um grande exagero. Naquela época, o filme tinha um público garantido. Hoje, com a paz mundial decadente à custa da crescente conflitualidade entre EUA, Irão, China, Rússia e outras potências, não podemos mais apelar à paz sem apelar ao rearmamento dos nossos países e os seus aliados. Numa época em que já se vive em ambiente de “pré-guerra mundial”, um filme que ridiculariza o exército não tem espaço para florescer.

Rosana Botafogo

Rosana Botafogo

Escrita em 18 de Agosto de 2024

**English** We know that the army (like any predominantly male place) has countless disrespectful and disgusting situations regarding women, but watching this behavior in a comedy is even more disgusting, I didn't find it funny at all (radio is cool), I don't know how it was so successful that it became a series and worse, received five Oscar nominations and won for Best Adapted Screenplay... As for the rest of the film, boring, tedious, not very funny, outrageous and tiring... **Portuguese** Sabemos que o exército (como qualquer lugar predominantemente masculino) tem inúmeros desrespeito e situações enojantes com relação à mulher, mas assistir esse comportamento numa comédia e ainda mais repugnante, não vi graça alguma (rádio é legal), não sei como isso fez tanto sucesso a ponte de ter se tornando uma série e pior recebeu cinco indicações ao Oscar e venceu de Melhor Roteiro Adaptado… Com relação ao restante do filme, chato, entediante, bem pouco engraçado, ultrajante e cansativo…

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