Lilo & Stitch (2025)

Pedro Quintão

Escrita em 24 de Maio de 2025

A adaptação live-action de Lilo & Stitch é um daqueles filmes que se vê bem… e pronto. Não me marcou, nem me divertiu ou sequer me emocionou como pretendido. É aquela típica parede branca: limpa, bonita, mas sem qualquer expressão. Tenta ser nostálgico e está cheio de piscadelas de olho ao filme de animação original de 2002. Mas, sinceramente, nunca me preencheu com aquela nostalgia verdadeira, aquela que sentimos no peito quando revemos algo que fez parte da infância. Na verdade, está mais para um agradável aceno do que um abraço. Talvez o grande problema seja ser editado como se fosse para o TikTok, a edição é demasiado rápida, tudo acontece um pouco apressado e sem nos dar espaço para criarmos uma conexão forte com a narrativa e as personagens que a povoam. A nível de comédia, também ficou a meio caminho. Não é que não tenha piada, pois tem os seus momentos mais animados, mas faltou aquela espontaneidade. Nunca soltei uma gargalhada real, daquelas que saem sem pensar. É tudo muito medido e muito seguro. Gostei da irreverência do Stitch, ele é fofo e tem muita energia sempre que surge no ecrã, contudo, senti falta de mais cenas que explorassem esta pequena bela personagem. O CGI em torno do Stitch está bem feito, nota-se ali algum cuidado pr parte da Disney em não fugir ao modelo original. Mas o resto do CGI, mesmo sendo competente, não surpreende. Cumpre apenas o propósito. Mesmo entretendo, sem nunca marcar: este é provavelmente um dos melhores live-actions da Disney dos últimos anos. Talvez por ser uma adaptação de um título mais recente, esteja menos preso a esse lugar intocável dos grandes clássicos, acabando por conseguir respirar um pouco melhor. Em suma, é um filme que entretém, que não envergonha a marca, mas que dificilmente ficará na memória. É ótimo para se ver ao domingo à tarde, sem grandes expectativas. Não sei se fui eu, que estava com algum sono, ou se o problema é mesmo do filme, mas fui incapaz de mergulhar na história como desejava. Fiquei ali à superfície, a ver as coisas acontecerem, sem nunca me emocionar de verdade. E para um filme que fala de ohana (família, pertença, perdas e amor) essas palavras nunca chegaram a ser realmente sentidas.