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Max
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Max Amazon Channel
Interestelar (2014)
85%
Avaliação dos usuários
O fim da terra não será o nosso fim.
Sinopse
Christopher Nolan
Produtor, Escritor, DiretorLynda Obst
ProdutorEmma Thomas
ProdutorJonathan Nolan
EscritorJake Myers
Produtor ExecutivoThomas Tull
Produtor ExecutivoJordan Goldberg
Produtor Executivo
Filipe Manuel Neto
Escrita em 19 de Dezembro de 2020**Envolvente, profundamente dramático e cientificamente preciso, tem algumas falhas que são difíceis de perdoar.** Este filme sci-fi espacial tem uma história interessante e apelativa: num futuro distópico, quase todo o planeta sofre de uma escassez crónica de alimentos, fruto de uma sobrepopulação do mundo, colheitas pobres, maus solos e dificuldades provocadas por pragas cerealíferas. Perante a urgência em alimentar a população e a incapacidade de o planeta conseguir gerar alimentos, a NASA, agora a trabalhar secretamente, cria um programa destinado a encontrar mais planetas com condições de habitabilidade, de modo a salvar a humanidade. Após um acontecimento muito misterioso na sua casa, o antigo astronauta Cooper descobre o projecto e é recrutado, apesar da oposição da sua filha Murph, devendo levar uma equipa para investigar três planetas muito distantes da Terra e apenas acessíveis através de um “buraco de verme” junto a Saturno. Este é um filme que vale realmente a pena ver, apesar de o roteiro ser feito de erros e acertos e de o filme ter muitas situações confusas, que só parecem estar ao alcance da compreensão de quem tiver um doutoramento em Astrofísica. Muito mais do que um filme sci-fi, é um verdadeiro drama. Uma das coisas que mais me chamou a atenção, e que contribui para a carga dramática, foi o modo como cada personagem tem de sacrificar interesses pessoais em prol de algo maior, e de decidir entre o que querem e o que é necessário fazer para levar adiante a missão. Isto dá ao filme uma carga emocional nem sempre visível em sci-fi e que chegou a ser exagerada. Posso dar o exemplo daquelas trocas de mensagens entre a nave e o nosso planeta, e que apesar de serem úteis na tarefa de tornar as personagens mais humanas e agradáveis, são excessivamente melodramáticas. Também os diálogos por vezes soam artificiais, melodramáticos e cliché. Outra característica que me agradou no filme foi a preocupação com o rigor científico, sempre que foi possível (parabéns, Dr. Kip Thorne). Todavia, mesmo aqui há falhas, com os avanços e recuos espácio-temporais muito mal explicados e um final extremamente confuso. E claro, há falhas que já são usuais no cinema, como a maneira providencial como o protagonista vai “tropeçar” num projecto espacial secreto que não devia conhecer para se tornar no homem certo para a viagem. Há centenas de filmes com falhas parecidas. O elenco é liderado por Matthew McConaughey, que já havia ganho um Óscar anteriormente e mostra todo o seu carisma e contracena maravilhosamente com as actrizes, particularmente a jovem MacKenzie Foy, muito doce no papel dela. Anne Hathaway também brilhou e esteve bem no papel dela. Igualmente impecáveis estiveram Michael Caine, David Gyasi e, particularmente, Jessica Chastain. Ellen Burstyn também teve tempo para um cameo interessante e honroso. Não gostei muito do trabalho de Matt Damon, penso que a personagem dele é unidimensional e muito pouco interessante. E não entendo o que raios está Casey Affleck a fazer neste filme. Mas quem realmente merece um aplauso neste filme é o director/roteirista Chris Nolan, quanto mais não seja pela forma ambiciosa com que planeou o filme e pela determinação e empenho que lhe dedicou. Não há dúvida que ele soube tirar o melhor partido do elenco e, apesar de não ter feito um roteiro perfeito, criou uma história apelativa e que não põe a ciência de parte para entrar em devaneios ou delírios criativos. O filme é longo, o ritmo é lento e isso nem sempre se justifica, com o filme a despender muito tempo em cenas e sequências morosas, quase sem um som audível. Apesar disso, é dos filmes mais visualmente extraordinários que vi recentemente. A cinematografia aproveita o melhor da tecnologia CGI e cria cenas espaciais realistas, que foram habilmente complementadas por cenários reais e efeitos especiais tradicionais, que Nolan usou com mestria. A somar a tudo isto, temos excelentes efeitos sonoros e edição de som, a que se junta a extraordinária banda sonora de Hans Zimmer, talvez uma das melhores que o compositor já criou, com uma sonoridade profunda e rica.

Yuri Menezes
Escrita em 27 de Maio de 2024Filme atemporal? Temos! Revisitei Interstellar e foi como reabrir um portal para um universo de emoções e reflexões. Voltei a assistir após novas experiências de vida, novas camadas se revelam, aprofundando a compreensão da grandiosidade da obra de Christopher Nolan. Uma história de ficção científica que se torna um hino ao amor. Um filme para todos os tempos, que transcende o tempo e o espaço, e que certamente deixará uma marca profunda em quem o assistir.
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