Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008)

Filipe Manuel Neto

Escrita em 22 de Fevereiro de 2018

**Que filme horrível...** Neste filme, o mais recente da franquia de Indiana Jones até agora, o explorador e arqueólogo irá partir em busca das caveiras de cristal, objectos sobre os quais abundam mitos. Dirigido por Steven Spielberg, tem roteiro de David Koepp e conta com Harrison Ford, Cate Blanchett e Shia LaBeouf nos papéis principais. O filme tem sérios problemas. Não vale a pena tentar esconder ou ignorar isso. E tudo começa por um roteiro que é absolutamente idiota. Irrealista do início ao fim, está carregado de falhas, umas mais perceptíveis que outras. Por exemplo, o "Professor Oxley", interpretado por John Hurt, não faz nada a não ser existir durante 90% do filme e está ali a mais, assim como uma data de marmotas que aparecem a dada altura. E o final do filme é absolutamente idiota (falarei dele especificamente mais para o fim). O filme procura "homenagear" os filmes anteriores da franquia através de alusões ligeiras, muito disfarçadas mas o facto é que o restante falha em toda a linha: por exemplo, as cenas de acção estão cheias de irrealismo e previsibilidade, pelo que você nunca sente o perigo pelo qual a personagem está a passar. É o caso daquela estúpida cena das lianas, "à Tarzan", ou do duelo de esgrima, que podia ter usado os sabres de luz de "Star Wars" que não teria ficado pior! É estúpido. Harrison Ford ainda não acusa o peso de idade, foi capaz de cumprir o seu papel de maneira muito satisfatória, mas o filme não lhe faz justiça e os diálogos insistem, repetidamente, em sublinhar a idade da personagem como se isso fosse alguma coisa realmente importante. A nível técnico, a fotografia é tão boa que me atrevo a dizer que é a melhor da franquia até à data e o cenário é deslumbrante, está de acordo com o roteiro, mas é tão inacreditável quanto ele. Nota-se à légua o uso da "tela verde". De facto, o filme tem mau CGI, e consegue ver-se à distância o que é real e o que foi acrescentado com recurso à computorização. Isto não deveria suceder com tamanha facilidade. Os efeitos sonoros também não são os melhores que eu já vi e a banda sonora não merece mérito ou destaque. Nunca serei capaz de entender porque Spielberg quase não é capaz de fazer um filme que não envolva alienígenas. É algum tipo de fetiche ou ele mesmo é um alienígena que expõe a sua origem à raça humana em filmes de sucesso? De facto, Spielberg gosta de ficção científica, mas tem de entender que não deve misturá-la a filmes que não são desse estilo. Este filme infeliz é uma mistura, confusa e chata, de Indiana Jones e "Encontros Imediatos de Terceiro Grau", encharcado em mau CGI como se Spielberg nunca tivesse visto um computador antes. Lamento que o filme não tenha sido perdido na floresta antes de vir parar às salas de cinema ou que a nossa tecnologia não permita que o Sr. Spielberg viaje para Marte numa viagem só de ida se ele voltar a tentar meter extraterrestres eles não são chamados.