Fausto

Fausto (1926)

13/10/1926 Drama, Fantasia, Terror 1h 55min

79%

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A Voz do Tentador.

Sinopse

Disputando o poder sobre a Terra, Deus e Satã apostam a alma de Fausto, um alquimista erudito. Durante uma praga, este homem se desespera, queimando todos os seus livros. Neste momento, Satã envia Mefistófoles para tentar Fausto com o retorno da juventude e o alquimista aceita o pacto. Certo dia, entediado, ele resolve voltar para casa, onde conhece e se apaixona pela bela Gretchen, um encontro que será a desonra da moça. Baseado na famosa peça de Goethe.

F. W. Murnau

Diretor

Hans Kyser

Roteirista

Erich Pommer

Produtor
Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 23 de Janeiro de 2020

**Muito bem feito tecnicamente, tem boas actuações e merece ser revisitado.** Dirigido por F.W. Murnau, este filme de contornos expressionistas é um clássico. Para este filme, o conto original imortalizado por Goethe foi ligeiramente modificado, mas funciona bastante bem. Murnau dirigiu habilmente o filme, carregado de sombras e jogos de luz, o que lhe dá uma certa elegância, acentuada pelos figurinos e pelos cenários, nebulosos e indistintos. No que diz respeito a este ponto mais técnico, as cenas entre o Anjo e o Demónio, bem como a cena em que Fausto invoca as forças do mal são particularmente notáveis, tendo usado os melhores efeitos visuais do seu tempo. Tratando-se de um filme mudo, a música é importante e funciona muito bem, casando-se perfeitamente com o que vemos na tela. Ao longo do filme existe uma atmosfera tensa, onde as personagens conseguem uma agradável profundidade dramática, muito especialmente Marguerite, que é interpretada muito bem por Camilla Horn, que quase a torna uma mártir da acção nefasta do mal. Fausto, como não podia deixar de ser, é culpado da sua vaidade mas, observe-se, usa as forças do mal muitas vezes em proveito de outros e não de si mesmo. Ele é o centro da história e Gösta Ekmann, o actor que lhe deu vida, soube perfeitamente como captar a essência da personagem. Mas ainda melhor que todos eles é Emil Jannings, que deu vida a Mefistófeles, o grande tentador carregado de malícia e de astúcia. Provavelmente, uma das melhores performances deste actor. Apesar de estar um pouco esquecido, como quase todos os filmes do período mudo, este filme tem qualidade e merece ser revisitado pelos novos públicos de hoje em dia.

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