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Efeito Borboleta (2004)
Ele possui o dom de manipular o passado... mas não pode controlar o futuro...
Sinopse
Filipe Manuel Neto
Escrita em 16 de Novembro de 2019**Uma boa história num tema complicado.** Quando vi este filme eu tinha poucas expectativas. Tinha lido pouca coisa acerca dele, mas sabia que iria abordar o tema das viagens no tempo. É um tema complicado, que exige alguma contextualização e esforço do roteiro para o tornar credível na tela, e que já foi muito abordado em filmes de acção ou sci-fi dando origem a filmes de qualidade discutivel, na maioria das vezes. Então, eu não esperava nada de particularmente brilhante. Porém, o filme demonstrou coragem na forma como aborda o tema. De facto, o roteiro centra-se na questão das viagens no tempo, que não são verdadeiramente viagens físicas, mas mentais. A personagem principal, Evan, possui um dom (ou maldição?) pelo qual pode, mentalmente, retornar ao próprio passado e modificá-lo. Porém, nunca se pode mudar o passado sem que isso possua implicações radicais no decurso dos eventos futuros. Assim, a cada viagem, a vida de Evan muda radicalmente, à medida que, por outro lado, a sua saúde mental se deteriora. Questões complicadas e debatidas entre os cientistas, como os paradoxos ou os "alter egos" são abordadas de modo simples, fácil de entender, e acima de tudo, credível. O elenco não é o ponto forte do filme. Ashton Kutcher fez o que tinha de fazer, enquanto protagonista, mas contou com a vantagem de ter bom material e uma personagem que cativa a nossa simpatia logo desde o início. Logan Lerman, que deu vida à mesma personagem que Kutcher, mas na infância, também me pareceu muito bem, e tem tudo para ser um excelente actor no futuro. Amy Smart e Elden Henson (nalgumas cenas com um figurino bastante hard-rock) também figuram no elenco, mas limitam-se a dar algum apoio ao protagonista. Os efeitos especiais, visuais e de som são regulares e a banda sonora é bastante má, para não dizer inexistente. Mas isto compreende-se facilmente: é um filme com um orçamento limitado, mas uma boa história, pelo que deixa que a história seja o foco da atençao do público, minimizando os efeitos e procurando não perturbar o fluir da história contada. O resultado é um filme envolvente e que não se arrasta em cenas desnecessárias na maioria das vezes.