Drácula – Uma História de Amor Eterno

Drácula – Uma História de Amor Eterno (2025)

30/07/2025 Drama, Fantasia, Romance, Terror 2h 9min

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Escrever uma Crítica

A origem da história que atravessou séculos.

Sinopse

Na trama, após a morte de sua esposa, um príncipe do século XV renuncia a Deus e se torna um vampiro. Séculos depois, na Londres do século XIX, ele vê uma mulher parecida com sua falecida esposa e a persegue, selando seu próprio destino.

Luc Besson

Diretor, Roteirista, Produtor

Virginie Besson-Silla

Produtor
Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 2 de Outubro de 2025

**É um bom filme, mas tem os seus problemas.** Após tantos filmes em torno do Conde Drácula, torna-se difícil fazer algo muito diferente do que já foi feito. Luc Besson, um cineasta francês de méritos inquestionáveis, assegura aqui a direcção, a produção e a escrita do argumento, num trabalho que muito autoral em que volta a oferecer bom entretenimento artisticamente concebido e apresentado. Sendo essencialmente apresentado como uma história de amor, o filme chama público feminino, mas vai afastar outros públicos e isso pode talvez levar a que seja esquecido mais cedo. O filme é bom: a cinematografia é soberba, o modo como ele trabalhou a cor, as sombras e a luz são excelentes. O cenário é atmosférico, muito bem concebido, harmonizando bem os detalhes de época com elementos algo fantasiosos que a nossa mente associa aos dois períodos – a Idade Média Tardia e o Período Vitoriano – mas que são mais o produto dessa imagética popular do que, propriamente, de uma reconstituição historicamente precisa. Um exemplo gritante disso é o castelo de Drácula, que se assemelha mais a uma catedral gótica do que a uma verdadeira fortificação medieval: é esteticamente lindo, ainda que se assuma claramente como uma fantasia, uma coisa imaginada. A mesma regra se aplica à concepção de figurinos e a muitos dos adereços, mas essa imprecisão propositada não foi nunca um problema: o filme recria uma história totalmente ficcional, então a liberdade criativa é perfeitamente admissível. Este assunto leva-nos invariavelmente a falar da história em si, e das personagens, e como sempre eu preciso de advertir os incautos para não fazerem confusão entre o príncipe Vlad Drácula, o vampiro ficcional de Bram Stoker e deste filme, com o verdadeiro Vlad Tepes Drăculea “o Empalador”, que foi rei da Valáquia e da Moldávia no fim do século XIV e é considerado um herói romeno pela maneira como defendeu as suas terras contra os invasores turcos. A personagem história real, obviamente, nunca foi um vampiro e um ser amaldiçoado, era um cristão extremamente devoto, mas também um guerreiro temível que usou o medo como arma militar. O seu pai havia instituído uma ordem de cavaleiros, a Ordem do Dragão, e daí vem o seu apelido em romeno, que significa Filho do Dragão. A única coisa em comum entre a personagem ficcional e a figura histórica é isso: ambos são guerreiros temíveis que se opuseram à expansão otomana com tácticas de terror. Caleb Jones foi uma escolha ousada para o vampiro mais icónico da história do cinema. O actor fez o que estava ao seu alcance e, apesar de não ser capaz de convencer (muito particularmente nas cenas românticas, onde a química dificilmente está presente), não foi um desempenho negativo. O actor tem o suficiente para carregar o filme e a personagem sem cair na caricatura ou no exagero. Zoe Bleu fica muito bem vestida como uma princesa ou uma dama vitoriana, mas afora a estética, não convence e comporta-se como mais uma menina adolescente do século XXI, com hormonas à flor da pele e desejo sexual superior à massa cinzenta. Assim, a melhor interpretação do filme acabou por ser a do veterano e talentoso Christoph Waltz. A genética germânica ajudou-o muito a encarnar Van Helsing, ainda que sob a batina de um padre católico heterodoxo. É um Van Helsing diferente de tudo o que já vi, discreto e impassível, que transmite a sensação de controlo e inteligência.

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