Diamante de Sangue
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Diamante de Sangue (2006)

08/12/2006 Ação, Drama, Thriller 2h 23min

75%

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Isso vai te custar tudo.

Sinopse

Quando a Guerra Civil se enfurece na década de 1990 em Serra Leoa, dois homens, um branco sul-africano mercenário e um pescador negro, se juntam em uma busca para recuperar uma joia rara que tem o poder de transformar suas vidas. Com a ajuda de uma jornalista norte-americana, os homens embarcam em uma jornada perigosa através do território rebelde para conseguir seu objetivo.

Edward Zwick

Diretor, Produtor

Charles Leavitt

Roteirista

Gillian Gorfil

Produtor

Marshall Herskovitz

Produtor

Graham King

Produtor

Darrell James Roodt

Produtor

Paula Weinstein

Produtor
Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 21 de Março de 2022

**Um filme verdadeiramente bom, que me parece estar injustamente esquecido e que vale a pena revisitar.** Esperei um bom tempo para ver este filme. Quando foi lançado, beneficiou de toda a máquina de propaganda dos grandes estúdios e fez sucesso. Actualmente, todavia, eu sinto que está um pouco esquecido e tenho pena, é um filme de grande qualidade e merecedor da nossa atenção. Não é um filme perfeito, tem alguns defeitos, mas penso que são perdoáveis e pouco diminuem o seu valor. O roteiro é fortemente político: ambientado em meio à Guerra Civil da Serra Leoa, o filme associa directamente o comércio de diamantes e o financiamento do conflito. Não é algo que já não soubéssemos ou que fosse desconhecido quando o filme saiu: o mérito do filme é mostrar-nos isso de modo tão cru, tão intenso e perturbador. Desde os anos Setenta que a África é um pólo de conflitos contínuos entre países, etnias, credos e tribos. Do genocídio do Ruanda e da guerra no Darfur até às guerras civis e golpes sangrentos na Guiné, Libéria, Angola ou Chade, os exemplos são abundantes e têm preenchido os noticiários e, também, contribuído para um pequeno grupo de pessoas (negociantes de armas, diamantes e outros recursos) fazerem enormes fortunas banhadas em sangue. Se a guerra é um negócio, a África é um terreno fértil para investir, potenciado pela abundância de recursos naturais e pela falta de escrúpulos de governos e caciques, indiferentes às perdas civis, às hordas de refugiados ou às crises humanitárias, meros danos colaterais. O roteiro começa com um ataque da RUF, a guerrilha revolucionária serra leonesa, a uma aldeia onde matam muitos civis e cortam as mãos a quem fica vivo. Solomon é levado para longe da sua família pelos guerrilheiros e colocado a trabalhar como escravo nos garimpos de diamantes, onde casualmente encontra um enorme diamante de grande valor. Rapidamente, ele esconde a pedra, mas os guerrilheiros apercebem-se e ele tem de fugir. Mais tarde, a existência da pedra chega aos ouvidos de Danny Archer, um contrabandista, que decide obter a pedra para a vender, aproveitando-se do desespero de Solomon que só pensa em encontrar a sua família e resgatar o seu filho, que os guerrilheiros transformaram numa criança-soldado. Disposta a ajudar está a jornalista Maddy Bowen, que procura uma história verdadeiramente relevante para publicar. O elenco tem imensa qualidade e é inteligentemente dirigido por Edward Zwick. Leo DiCaprio é o nome mais sonante e que mais se destaca: habituado a fazer papeis de galã, este filme marca uma reviravolta na carreira do actor, decidido a versatilizar-se e a provar ser mais que uma cara bonita para apimentar os sonhos eróticos das fãs. E ainda bem que o fez! O actor é incrível e faz um trabalho verdadeiramente desafiador com uma personagem muito amoral, complexa e psicologicamente desafiante. Djimon Hounsou não fica atrás dele e também nos brinda com um trabalho muito competente, ainda que mais convencional. Jennifer Connelly também se desembaraça muito bem dos desafios que tem pela frente, dando vida a uma activa e corajosa jornalista de investigação. Tecnicamente, o filme tem imensa qualidade. A cinematografia é muito boa, aproveita bem as paisagens africanas e as cenas de acção são verdadeiramente cruas, intensas e rápidas, tirando o melhor partido possível dos efeitos especiais e do trabalho impecável dos duplos e técnicos de som e efeitos sonoros. Muito bem filmado e editado, o filme tem um ritmo excelente, e quase não sentimos o tempo passar enquanto o vemos. O trabalho de edição e sonoplastia mereceu, de resto, a nomeação ao Óscar, a par com os esforços de DiCaprio e Hounsou. Apesar disso, penso que o filme sofreu muito com a forte concorrência de outras películas de grande qualidade e só Hounsou tinha realmente uma boa possibilidade de arrecadar a almejada estatueta, como Melhor Actor Secundário. Ainda se falou em DiCaprio, mas eu sempre acreditei que era impossível para o actor ultrapassar a grandeza de Forest Whitaker, que venceu o Óscar de Melhor Actor com um trabalho impecável num filme que, curiosamente, também tem a África como palco privilegiado. Por fim, e feitas estas considerações, uma palavra de apreço para a banda sonora, assinada por James Newton Howard.

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