Desbravadores
No ar Assista Agora

Desbravadores (2007)

11/01/2007 Ação, Aventura 1h 39min

57%

Avaliação dos usuários

Escrever uma Crítica

Sinopse

Há muitos anos, numa época em que os vikings tentavam conquistar a América do Norte, um garoto viking é acidentalmente esquecido, durante uma batalha contra os índios americanos. Criado pelos índios, ele passa a fazer parte da tribo como se fosse uma das crianças indígenas. Ao crescer sua vila é mais uma vez ameaçada pelos vikings, o que faz com que ele tenha que lutar contra seu próprio povo.

Marcus Nispel

Diretor, Produtor

John A. Amicarella

Produtor

Lee Nelson

Produtor Executivo

Bradley J. Fischer

Produtor Executivo

Arnold Messer

Produtor

Laeta Kalogridis

Roteirista

Mike Medavoy

Produtor
Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 6 de Outubro de 2023

**Um historiador não deve ver este filme sem uma equipa de reanimação médica a postos.** O meu problema com filmes ambientados no passado, ou sobre factos históricos, é que a minha formação académica em História me impede de aceitar levianamente tudo o que os cineastas me querem fazer engolir. Por isso fui tão duro nas resenhas que escrevi a certos e determinados filmes por aqui, e tudo indica que, para mal dos meus pecados e tristeza do meu coração, continuarei a ter esse problema. Tudo bem, o cinema deve ter a sua liberdade criativa e também é preciso colmatar falhas de informação (não sabemos tudo sobre o passado), mas até a liberdade criativa deve reconhecer limites lógicos. Hoje, sabemos sem dúvidas que navegadores escandinavos – a que se tem dado o nome de “vikings” – foram os primeiros europeus a chegar à América do Norte. O que ainda não sabemos é se eles tinham consciência disso! Poderão eles ter mantido contacto com povos nativos americanos da região onde aportaram? Pessoalmente, parece-me seguro. Terá havido conflitos? Não sei, a arqueologia talvez venha a descobrir mais sobre isso. É legítimo dizer que foram os Vikings a descobrir a América? Sim, se descobrirmos que sabiam que tinham chegado a outro continente. Até lá, não: nem sequer Colombo tinha essa consciência. O filme pega neste primeiro contacto entre ameríndios e europeus e cria uma história de sangue e violência: de um lado, os ameríndios são retractados como simples, simpáticos camponeses que vivem em harmonia com a natureza e que têm a sua terra invadida, e os nórdicos são selvagens sanguinários que matam por prazer. Além disso, o roteiro utiliza o facto histórico para fazer um paralelo com a futura colonização europeia da América na qual, supostamente, os Europeus voltam a invadir e massacrar povos “inferiores” por prazer de ver sangue a correr. São paralelismos que até compreendo, dada a necessidade moderna de diabolizar qualquer empreendimento de colonização europeia. A sociedade actual, principalmente nas Américas, sente urgência de condenar o passado colonial do Velho Mundo esquecendo-se que é filha desse mesmo mundo e que não é tão diferente do que ele foi no passado, em vícios e virtudes. Este tipo de paralelismos e necessidades revisionistas revelam muito sobre a forma como nós vemos o passado, e são inimigos da veracidade histórica. Em suma, é isto que faz deste filme um pedaço de lixo que não recomendo a ninguém, e a estes problemas somam-se as inverdades e erros factuais do costume sobre vikings, do maldito capacete com chifres que toda a gente já devia saber que é pura ficção ao uso indistinto de qualquer espada aparentemente medieval, a cavalos aparentemente árabes e muitas armaduras de ferro feitas com tecnologia que só aparecerá quatrocentos anos depois. Sobre os indígenas eu não sou a melhor pessoa para falar, mas acredito que os especialistas na cultura e vestígios destes povos possam ter alguns problemas cardíacos após verem este filme. Há alguma coisa boa neste filme? Há… o filme foi muito bem filmado e aproveita bem as paisagens e locais de filmagem. Para os fãs de acção, o filme reserva boas cenas de luta, bem coreografadas e bastante criativas (às vezes até demais). A banda sonora não é má, faz o seu trabalho sem mácula. Rusel Means foi bastante decente no seu papel, mas é literalmente o único elemento do elenco a merecer qualquer tipo de destaque e eu não posso sequer considerar que ele fez um trabalho notável.

Críticas dos Usuários

5000 Caracteres Restantes.