Coringa: Delírio a Dois

Coringa: Delírio a Dois (2024)

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03/10/2024 Crime, Drama, Thriller 2h 18min

56%

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O mundo é um palco.

Sinopse

Arthur Fleck está institucionalizado em Arkham à espera do julgamento por seus crimes como Coringa. Enquanto luta com sua dupla identidade, Arthur não apenas se depara com o amor verdadeiro, como encontra a música que sempre esteve dentro dele.

Joseph Garner

Produtor

Emma Tillinger Koskoff

Produtor

Todd Phillips

Produtor

Michael Uslan

Produtor Executivo

Mark Friedberg

Produtor Executivo
Sessões
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Críticas
Matinê Cine&TV

Matinê Cine&TV

Escrita em 3 de Outubro de 2024

"Em 2019, o diretor Todd Phillips levou aos cinemas um filme acontecimento. Aquele Coringa é o tipo de longa-metragem que não acontece toda semana. O sucesso de crítica, público, bilheteria e prêmios foram consequências naturais. E pela lógica comercial, seria óbvio esperar por uma sequência – a confirmação aconteceu em 2022, com o anuncio através do perfil de Phillips no Instagram, com direito a foto do roteiro e de Joaquin Phoenix. A partir disso, a questão problema era óbvia: como continuar uma história que não carecia de continuidade? Com isso, Scott Silver e Todd Phillips, que assinam o roteiro de Coringa: Delírio a Dois, resolveram que Arthur Fleck estaria no presídio estadual Arkham vivendo as vésperas do julgamento dos crimes que cometeu no metrô de Gotham, no seu apartamento e ao vivo TV. De fato, o melhor de Coringa: Delírio a Dois está no primeiro ato, que reintroduz o personagem e apresenta seu novo cenário, conseguindo dar continuidade ao filme de 2019. O tratamento chocante recebido por Arthur Fleck, por exemplo, emula a construção da possibilidade de empatia – algo tão bem orquestrado no primeiro longa-metragem." O texto completo está disponível em: https://bit.ly/4eHw45m

Pedro Quintão

Pedro Quintão

Escrita em 6 de Outubro de 2024

"Joker 2" é, em muitos aspetos, uma sequela desnecessária que nunca deveria ter existido, o reflexo da ganância de um estúdio de Hollywood em arrecadar prémios e lucrar no box-office. Começo por dizer que entrei na sala com as expectativas baixas e sem vontade de ver o filme, mesmo tendo adorado o original, devido essencialmente à inclusão de números musicais, algo que poderia facilmente cair no ridículo visto que não combina em nada com a proposta. A verdade é que, apesar de tudo, a primeira hora até me estava a entreter e até pensei "afinal, é inferior ao original, mas não está a ser assim tão mau como dizem", pois até me estava a entreter, mesmo com um excesso evidente de músicas. Contudo, a minha ingenuidade não me deixou ver o caos que antecipava, pois essa leve impressão positiva rapidamente se desmoronou à medida que o filme se arrastava sem qualquer rumo concreto. O filme começa a alongar-se de tal forma que a sensação de repetição toma conta do ecrã, com a maior parte das cenas a passarem-se entre a prisão e o tribunal, locais que rapidamente se tornam cansativos e desprovidos de qualquer inovação visual ou narrativa. Não há nada que me impactasse, nenhum drama pessoal que me fizesse querer acompanhar o filme. "Joker 2" enrola mais vezes do que um charro mal feito, que nunca chega a acender como devia. Outro dos maiores problemas reside nas personagens. O Joker, brilhantemente interpretado por Joaquin Phoenix no primeiro filme, surge aqui como uma versão esvaziada de si mesmo. Não há qualquer desenvolvimento emocional ou psicológico que faça jus à complexidade que a personagem exigia. Se no primeiro filme víamos uma espiral descendente que culminava numa explosão de violência e caos, neste, o Joker não tem vida, não tem propósito. Anda lentamente, sem qualquer direção, como que perdido dentro do próprio enredo. E isso, para uma personagem tão emblemática, é imperdoável. Lady Gaga, é uma excelente atriz e cantoria, mas não me convenceu como Harley Quinn. O problema não está na sua capacidade enquanto atriz, que é inegável, mas sim na escrita em torno da personagem, que nunca leva a personagem a tornar-se marcante. Na minha opinião, é o pior retrato de Harley Quinn, tornando-se num desperdício de talento, sobretudo quando sabemos do que a Lady Gaga é capaz. Tecnicamente, não há como criticar "Joker 2". A fotografia, a direção de arte, o som, tudo é impecável, mas isso só torna mais frustrante o facto de que o filme, em termos narrativos, não oferecer nada de novo, e pior ainda, não nos levar a lado nenhum. No fundo, parece um desfile de cenas estilizadas e frases batidas, feitas à medida para serem partilhadas no Tumblr. Só mais uma coisa: o orçamento de 200 milhões de dólares é um enigma. Para onde foi todo esse dinheiro? O filme passa-se maioritariamente nos mesmos cenários, sem grandes momentos de ação ou efeitos especiais que justifiquem tal investimento. Fiquei com a sensação de que a maior parte desse valor foi para os salários do Joaquin Phoenix e da Lady Gaga, porque, sinceramente, não há muito mais que justifique. Em relação aos momentos musicais, que tanto receei, tenho de admitir que resultam melhor do que esperava, mas isso não quer dizer que funcionem bem. Parecem sempre forçados, como se tivessem sido inseridos à pressa para dar ao filme uma identidade diferente, mas acabam por quebrar o ritmo e, em muitos casos, tornam a experiência ainda mais cansativa. Em suma, "Joker 2" consegue, por vezes, ser um filme visualmente deslumbrante e com charme a nível técnico, mas a verdade é que é uma sequela completamente desnecessária e fraca. Não traz nada de novo ao universo que o primeiro filme tão bem construiu, e acaba por ser mais um exemplo de uma péssima continuação de um grande filme, como aconteceu com "American Psycho 2". A sua existência, tal como a narrativa que apresenta, simplesmente não tem propósito.