Com 007 Viva e Deixe Morrer
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Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973)

27/06/1973 Ação, Aventura, Thriller 2h 1min

65%

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Mais ação. Mais aventura.

Sinopse

O tráfico de heroína e a morte de agentes secretos colocam frente a frente James Bond (Roger Moore) e Mr. Big (Yaphet Kotto), o chefão do crime em Nova York. Sua organização age impulsionada pelas visões de Solitaire (Jane Seymour), uma cartomante com poderes especiais. Quando conhece Bond, Solitaire perde os seus poderes e é condenada a morte em um ritual vudu.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 18 de Fevereiro de 2018

**Sobrevivendo aos anos Setenta** Dirigido por Guy Hamilton e com roteiro de Tom Mankiewicz, é o oitavo filme da franquia. Neste filme, o primeiro em que Roger Moore encarna o espião, o agente britânico luta contra um barão de drogas americano. A pista eventualmente leva Bond até à Luisiana e a uma ilha fictícia das Caraíbas, San Monique, onde Bond vai enfrentar forças deste mundo e do outro, inspiradas por superstições e crenças como a magia. Para muitas pessoas, este é um dos filmes mais estranhos da franquia devido à quantidade de elementos incomuns do enredo, os quais incluem "blaxploitation", magia, droga, voodoo e superstições. Essas pessoas têm razão. A franquia está a tentar sobreviver a dois factores de perigo: a partida de Sean Connery e a evolução do mundo, com os anos Setenta a trazerem mudanças radicais na audiência. Assim, produtores e roteiristas tentam atrair públicos novos, em particular o público negro, que é atraído não apenas pela inclusão de actores negros no elenco mas, principalmente, pela passagem de Bond em locais associados à cultura afro-americana. As drogas e a magia, por sua vez, estavam na moda não tanto por culpa do perigo do tráfico em si mas devido à ascensão do movimentos hippies, do neo-xamãnismo e de outros movimento contra-culturais. Roger Moore provou que podia exercer o papel, e o agente podia sobreviver a Sean Connery. Na verdade, consegue ser muito mais inglês do que o primeiro actor, mantendo o hábito britânico de não perder a calma e, não importa a gravidade da situação que enfrente, nos brindar com uma piadinha irónica ou um jogo de palavras. Tais notas de humor vão servir como "válvula de escape" do filme e encorajar a produção a inserir outros elementos cómicos, como o xerife J. W. Pepper, que também pode ser visto como uma crítica, dura mas implícita, ao provincianismo e o conservadorismo da sociedade branca dos estados sulistas. Lembre-se, caro leitor, que este filme foi lançado num momento em que a sociedade americana estava em transformação graças à luta por direitos civis por parte dos negros. Nesse filme, a bondgirl foi Jane Seymour, no papel da taróloga Solitaire, e os vilões ficaram a cargo de Yaphet Kotto e Julius Harris, o último no papel de Tee Hee, o homem do braço de metal. Geoffrey Holder personifica o Baron Samedi, personagem do voodoo que entra neste filme estranho, que não deixa lembranças, como muitos filmes dos anos Setenta. Não colocaria este filme como o pior da franquia, até porque ajudou Bond a adaptar-se a uma nova era, mas também está longe de ser brilhante. Para a posteridade fica o bom desempenho de Moore e a música de introdução, de Paul McCartney, que receberia, anos depois, uma nova vida através de um famoso cover dos Guns N'Roses.