

Chocolate (2000)
70%
Avaliação dos usuários
Pecaminosamente delicioso
Sinopse
Lasse Hallström
DiretorRobert Nelson Jacobs
RoteiristaAlan C. Blomquist
Produtor ExecutivoDavid Brown
ProdutorMark Cooper
ProdutorKit Golden
ProdutorLeslie Holleran
Produtor
Filipe Manuel Neto
Escrita em 12 de Junho de 2018**Interessante e mentalmente provocador.** Este filme é uma espécie de conto-de-fadas moderno e fala, essencialmente, do direito a ser diferente e da injustiça que podemos cometer quando julgamos uma pessoa que não conhecemos porque é diferente. A história, ambientada numa pequena vila francesa nos anos 60, mostra as dificuldades que uma mulher sente em integrar-se e fazer prosperar uma loja de chocolates. O problema é que ela não se encaixa nessa sociedade, muito conservadora e religiosa, liderada por um aristocrata profundamente antiquado, apegado aos antigos privilégios da sua linhagem. Ela é uma mulher moderna, independente e mãe solteira, e os seus doces têm a capacidade de despertar os desejos mais secretos daqueles que os comem. As coisas pioram com a chegada de um grupo de ciganos, que a aldeia vê inicialmente como desordeiros. Para aqueles que estão desatentos, o filme pode parecer uma dura crítica à Igreja e ao conservadorismo, mas não é bem assim. Ele usa a religião como um veículo para criticar a hipocrisia daquelas pessoas, que dizem uma coisa e agem de maneira totalmente oposta por conveniência, timidez ou medo de serem criticadas. É um convite para sermos nós próprios, nos assumirmos como somos, com frontalidade, e pararmos de olhar para tudo o que os outros fazem ou deixam de fazer. O filme tem excelentes cenários e tudo se encaixa muito bem no contexto e no tempo histórico. A ligação entre Vianne e os antigos povos ameríndios parece um pouco forçada, mas acaba por ser digerível com o desenrolar do filme. Os actores fizeram um óptimo trabalho mas há três que merecem uma menção especial, por mérito: Juliette Binoche interpreta Vianne de uma forma muito agradável e convincente, Alfred Molina brilhou no papel do ultra-conservador Conde e Judi Dench deu vida à excêntrica e despreocupada Armande de uma forma absolutamente bela. O filme também apresenta Johnny Depp como chefe cigano, mas ele está claramente a mais neste filme, e foi aqui enfiado para fazer par romântico com a protagonista. A sua personagem não se encaixa muito bem e os dois actores não desenvolveram uma química eficaz. Foi um erro conceber a personagem desta maneira.
5000 Caracteres Restantes.