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Barton Fink: Delírios de Hollywood (1991)
75%
Avaliação dos usuários
Sinopse
Ethan Coen
Roteirista, ProdutorJoel Coen
Diretor, RoteiristaJim Pedas
Produtor ExecutivoTed Pedas
Produtor ExecutivoBill Durkin
Produtor ExecutivoBen Barenholtz
Produtor ExecutivoFilipe Manuel Neto
Escrita em 24 de Agosto de 2018**Difícil de entender, mas o retrato perfeito do fosso entre o público comum e a mente de um intelectual.** Este é provavelmente um dos filmes mais herméticos, pessoais e autobiográficos que os irmãos Cohen já nos deram a ver. Muitas pessoas acham-no chato. Eu entendo e posso concordar, mas também penso que compreendo, pelo menos em parte, o que os directores queriam dizer. Há muita coisa em comum entre os Cohen e Barton Fink, um judeu intelectual idealista, que idolatra as pessoas comuns e, portanto, não consegue ver quão estúpidas elas são. De repente, é contratado para escrever o roteiro de um filme medíocre sobre pugilismo. O tipo de filme que as pessoas comuns pagam para ver até hoje. É claro que um roteiro desses, para um intelectual cheio de ideais, nunca seria fácil porque Fink não sabe como se adaptar à tarefa. Ele está muito acima dos homens comuns para ver e saber o que eles querem, e é por isso que ele nunca lhes irá agradar. Hoje, a maioria das pessoas não gosta de teatro ou de arte porque se tornou elitista e intelectual demais para atrair massas (tomando o teatro e as artes como exemplo, ainda podemos pensar na música clássica ou mesmo algum cinema). Deste ponto de vista, o filme é inteligente: começa como um filme muito intelectual e hermético, que fará com que o público mais idiota fuja do teatro e, gradualmente, vai-se tornando mais "normal" através da acção e da violência. Mesmo assim, mantém alguma intelectualidade, através de elementos e momentos que o filme nunca se preocupa em explicar (a importância e o conteúdo da caixa que Fink recebe perto do fim, por exemplo, uma coisa que me deixou confuso e curioso). É como se o filme, mesmo fazendo um esforço para se adaptar, nunca deixasse de ser o que é. No meio disso tudo, gostei do trabalho de Turturro, que deu vida ao protagonista. Ele sabe como tornar a sua personagem ingénua e sonhadora. Fink às vezes parece tão alheio ao mundo ao seu redor que parece estar drogado. O que conta para ele é o mundo que tem dentro da cabeça. Muito interessante, mas difícil de engolir para o público comercial.
5000 Caracteres Restantes.