Barton Fink: Delírios de Hollywood
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Barton Fink: Delírios de Hollywood (1991)

01/08/1991 Comédia, Drama 1h 57min

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Sinopse

Em 1941, um intelectual de Nova Iorque, o dramaturgo Barton Fink, aceita uma oferta para escrever roteiros de cinema em Los Angeles. Ele se encontra com o bloco do escritor, quando necessário, para fazer um roteiro de filme B. Seu vizinho tenta ajudar, mas ele continua a lutar conforme uma sequência bizarra de eventos o distrai.

Ethan Coen

Roteirista, Produtor

Joel Coen

Diretor, Roteirista

Jim Pedas

Produtor Executivo

Ted Pedas

Produtor Executivo

Bill Durkin

Produtor Executivo

Ben Barenholtz

Produtor Executivo
Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 24 de Agosto de 2018

**Difícil de entender, mas o retrato perfeito do fosso entre o público comum e a mente de um intelectual.** Este é provavelmente um dos filmes mais herméticos, pessoais e autobiográficos que os irmãos Cohen já nos deram a ver. Muitas pessoas acham-no chato. Eu entendo e posso concordar, mas também penso que compreendo, pelo menos em parte, o que os directores queriam dizer. Há muita coisa em comum entre os Cohen e Barton Fink, um judeu intelectual idealista, que idolatra as pessoas comuns e, portanto, não consegue ver quão estúpidas elas são. De repente, é contratado para escrever o roteiro de um filme medíocre sobre pugilismo. O tipo de filme que as pessoas comuns pagam para ver até hoje. É claro que um roteiro desses, para um intelectual cheio de ideais, nunca seria fácil porque Fink não sabe como se adaptar à tarefa. Ele está muito acima dos homens comuns para ver e saber o que eles querem, e é por isso que ele nunca lhes irá agradar. Hoje, a maioria das pessoas não gosta de teatro ou de arte porque se tornou elitista e intelectual demais para atrair massas (tomando o teatro e as artes como exemplo, ainda podemos pensar na música clássica ou mesmo algum cinema). Deste ponto de vista, o filme é inteligente: começa como um filme muito intelectual e hermético, que fará com que o público mais idiota fuja do teatro e, gradualmente, vai-se tornando mais "normal" através da acção e da violência. Mesmo assim, mantém alguma intelectualidade, através de elementos e momentos que o filme nunca se preocupa em explicar (a importância e o conteúdo da caixa que Fink recebe perto do fim, por exemplo, uma coisa que me deixou confuso e curioso). É como se o filme, mesmo fazendo um esforço para se adaptar, nunca deixasse de ser o que é. No meio disso tudo, gostei do trabalho de Turturro, que deu vida ao protagonista. Ele sabe como tornar a sua personagem ingénua e sonhadora. Fink às vezes parece tão alheio ao mundo ao seu redor que parece estar drogado. O que conta para ele é o mundo que tem dentro da cabeça. Muito interessante, mas difícil de engolir para o público comercial.

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