As Confissões de Schmidt
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As Confissões de Schmidt (2002)

12/12/2002 Comédia, Drama 2h 4min

68%

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Schmidt Acontece.

Sinopse

Warren Schmidt (Jack Nicholson) é um homem que 60 anos que precisa lidar com a recente aposentadoria e também com a morte repentina de sua esposa. Incerto sobre seu futuro e também sobre seu passado, ele parte em uma jornada rumo ao Nebraska para ajudar no casamento de sua filha Jeannie (Hope Davis) com Randall (Dermot Mulroney), um vendedor de camas d'água. Entretanto, cada novo passo que Warren dá parece ser sempre errado, fazendo com que ele acredite que o fim de sua vida será igual ao seu passado: um grande fracasso. Até que Warren decide dividir sua jornada com um inesperado amigo: um jovem garoto da Tanzânia o qual ele patrocina pagando 73 centavos por dia. Em suas longas cartas ao garoto Warren expõe sua história e passa a ver com outros olhos sua própria vida.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 26 de Março de 2022

**Uma comédia? Sinceramente não concordo… mas é um dos filmes mais poderosos de Jack Nicholson.** Não vou dizer que gostei realmente deste filme porque há imensos detalhes que me deixaram verdadeiramente decepcionado com ele. Porém, devo reconhecer que é um trabalho de grande mérito, em larga medida graças ao empenho e carisma de Jack Nicholson. O roteiro adapta um romance que nunca li e aborda a figura de Warren Schmidt, um homem já idoso, que trabalhou a vida toda numa companhia de seguros, e que acaba de se reformar, tendo sido substituído por um ‘yuppie’, que ele instintivamente despreza. Além disso, ele vive há mais de quarenta anos com a sua esposa, a quem sente já não amar como dantes. Também a relação com a sua filha Jeannie não é mais a mesma: ela foi viver longe e vai casar-se com um sujeito que parece um idiota perfeito, e que ele detesta. Schmidt é, assim, um homem insatisfeito com a sua vida, consigo mesmo, que sente que fracassou em tudo e tem raiva de tudo isso. Porém, o filme vai acompanhá-lo por uma espécie de catarse, onde ele irá reavaliar a própria vida e o que construiu com ela. De permeio, ele vai escrevendo cartas profundamente íntimas para uma criança africana de seis anos, a quem conta os seus mais íntimos pensamentos. O roteiro tem uma ideia muito boa e vai trabalhando com ela da maneira que pode, mas não é um filme necessariamente alegre, de modo que chamar-lhe comédia pode ser algo forçado… é um filme com momentos cómicos, mas que não é cómico em si. É demasiado sombrio, lento e melancolicamente filosófico para ser uma comédia. Há, ainda, momentos e situações de que não gostei nada: uma delas é a ênfase na avareza de Schmidt, caracterizadora de um espírito algo mesquinho. Mas o que realmente mais me irritou foi o final aberto, súbito e tão repentino que senti que o filme tinha sido cortado antes do fim. O maior trunfo deste filme é Jack Nicholson. Eu não consigo idealizar um actor mais competente para esta personagem ácida, sarcástica, depressiva e mesmo assim engraçada. O desempenho do actor foi perfeito e impecável. Ele dá-nos um espectáculo dramático aqui, com uma miríade de sentimentos, emoções e fases de ânimo pelas quais a personagem dele vai passando. Ao seu lado, o filme coloca bons actores como Hope Davis, Dermot Mulroney, Kathy Bates ou June Squibb, mas eles não fazem mais do que dar ao actor o apoio de que ele precisa no seu trabalho. O filme tem uma boa cinematografia, que faz um uso bastante inteligente dos locais de filmagem por onde passa. É um filme algo sombrio, visualmente falando, e isso está em harmonia com a personagem principal. O filme não tem grandes efeitos, deixa para o actor e a narrativa todo o espaço necessário para captarem a nossa atenção, e a banda sonora também não acrescenta nada de relevante.