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Aliens: O Resgate (1986)
Desta vez é guerra.
Sinopse
Filipe Manuel Neto
Escrita em 27 de Abril de 2023**Uma sequela ao nível do primeiro filme, e que ajudou a cimentar a franquia Alien.** Gostei imenso do filme Alien, o primeiro desta franquia. Não há dúvidas que é dos melhores e mais marcantes filmes de terror já feitos, e um dos “pais” do cinema sci-fi contemporâneo. Este filme foi pensado para dar continuidade lógica à história começada nesse filme, e acho que não podia ser melhor do que é. Há muita gente que considera o filme excessivamente datado, com cenários e efeitos que parecem velhos. Eu discordo radicalmente. É verdade que o digital e o CGI não estão aqui, mas se pensarmos na quantidade de mau CGI e de maus efeitos que temos de engolir nos filmes actuais, é realmente bom ver um filme com efeitos que funcionam bem e que parecem incríveis cinquenta anos depois. Quando Ripley é salva, mais de cinquenta anos se passaram desde os acontecimentos do filme inicial. Ela chega a um mundo que continuou a girar enquanto ela dormia, e que não acredita no relato dela. Ainda assim, eles pedem-lhe que volte ao espaço quando uma colónia, recém-criada no planeta onde o primeiro Alien foi encontrado, deixa de comunicar repentinamente. É bastante claro que alguém sabe mais do que está a dizer, e que há, novamente, interesses bem fortes do ponto de vista financeiro. Mas Ripley vai descobrir isso tudo no devido tempo. O filme é extraordinário e está totalmente ao nível do seu antecessor directo: o roteiro tem um excelente desenvolvimento, sabe envolver e captar a atenção do público. Tudo bem, tem uma história parecida, com o regresso àquele planeta e o regresso dos alienígenas, mas a premissa que leva ao regresso é a melhor e a mais convincente, e não sentimos cansaço nem há tempos mortos. Há uma tensão agradável, que se vai adensando à medida que a ameaça cresce, e até quando não vemos os xenomorfos, o facto de sabermos que eles estão por ali aumenta essa tensão e a sensação de ameaça. Cameron continua a dar provas de genialidade como director, e consegue extrair o melhor de cada um dos envolvidos neste seu projecto. Em particular, dos actores. Sigourney Weaver está ao mais alto nível e dá-nos um trabalho de antologia, que lhe abrirá portas como actriz e que a marcará para a vida. O restante elenco não se destaca tanto, mas podemos louvar o esforço de actores como Michael Biehn, Lance Henriksen, William Hope, Jenette Goldstein e Al Matthews. Carrie Hen, em parte, é o elo mais fraco deste elenco, visto que a personagem dela só aparece para nos suscitar empatia e para que nos liguemos mais intensamente ao que estamos a ver. A verdade é que a maneira como a personagem dela – uma criança – sobrevive naquela situação é francamente inverosímil, quase um autêntico milagre. Tecnicamente, o filme é fantástico. Parece até um filme novo e relativamente recente, se não soubermos o que estamos a ver e que foi lançado em 1986. A cinematografia é límpida, nítida e há um excelente trabalho de filmagem e de edição. Os efeitos são feitos à moda antiga, sem o recurso esmagador ao digital, e funcionam incrivelmente bem. Vejam, por exemplo, como fica o andróide cortado ao meio, quão crível e autêntico parece. O alienígena é eficaz, ameaçador e temível, parece uma arma que ganhou vida e não um ser vivo normal.