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Adeus, Lênin! (2003)
76%
Avaliação dos usuários
Ele contou a melhor mentira da história!
Sinopse
Wolfgang Becker
Roteirista, DiretorManuela Stehr
ProdutorKatja De Bock
ProdutorStefan Arndt
ProdutorBernd Lichtenberg
RoteiristaAndreas Schreitmüller
ProdutorChris Silber
RoteiristaVictor Carvalho
Escrita em 12 de Março de 2017Uma comédia alemã estrelada pelo excelente Daniel Brühl que conta a história de um jovem garoto que mora na Alemanha Oriental. Sua mãe uma grande devota do socialismo sofre um ataque cardíaco e sobrevive, porem agora não poderá sofrer grandes emoções e para piorar a situação o Muro de Berlim, a Alemanha Oriental e o socialismo cairam. É a partir deste ponto que o filme começa a focar nas coisas que o jovem tem que fazer para enganar a sua mãe, fazendo a pensar que ainda estavam em pleno socialismo, quem sabe com muita sorte ela nunca descobrir a verdade e não ter outro problema de saúde ou até morrer. O q=mais legal do filme são as soluções super inventivas que o garoto tem junto com o seus amigos para enganar sua querida mãe. filme nota dez, que deve ser assistido por quem gosta de uma comédia inteligente, filmes alemães, e para saber mais sobre esse período histórico.
Filipe Manuel Neto
Escrita em 3 de Setembro de 2019**Uma bela obra de cinema que merece continuar a ser vista e apreciada hoje em dia.** A Guerra Fria foi marcada, no plano europeu, pela "cortina de ferro", que incluiu a divisão da Alemanha em duas metades: a Alemanha Ocidental, ou República Federal da Alemanha, e a Alemanha Oriental, ou República Democrática Alemã, alinhada com a URSS. A divisão existiu até à queda do Muro de Berlim e dividiu famílias, culturas, mentalidades e modos de vida. Neste filme, um jovem decide fingir que a Alemanha Oriental ainda existe, meses depois da reunificação, para poupar a sua mãe, uma ferrenha socialista que acaba de acordar de um coma. Estamos perante uma verdadeira obra-prima do cinema. É um daqueles filmes divertidos e inteligentes que vemos uma vez e já queremos voltar a ver assim que ele acaba. Porém, não é exactamente uma comédia, ou pelo menos não o é na sua totalidade. O filme possui algum drama e a história daquela família, em especial daquela mulher, é verdadeiramente dura, difícil e paradigmática de um mundo em mudança e um choque cultural e geracional. Aquela mãe representa bem o passado e as dores de quem viveu debaixo de uma ditadura, com dificuldades e amarguras a que teve de dar a volta, ao passo que os seus filhos emancipados, independentes, criativos e irreverentes conseguem encarnar muito bem as aspirações de uma geração que está ansiosa por mudanças, cansada de décadas de imobilismo forçado. Uma outra coisa que salta aos olhos é a rapidez com que tudo muda, a forma quase dramática e bruta com que a RDA cai e se ocidentaliza. O elenco é constituído por ilustres desconhecidos para mim, que não sou um conhecedor do cinema alemão, mas acho que todos estiveram à altura do desafio e cumpriram muito bem com o que lhes era pedido. O director, Wolfgang Becker, conseguiu com este filme a sua obra maior enquanto cineasta, e será difícil batê-la. A nível técnico, eu destaco especialmente a fotografia cuidada, os bons ângulos de câmara, a forma como brincou com a cor, a luz e a sombra, a maneira inteligente como aproveitou retalhos de notícias televisivas daquela época e material original de arquivo. Também não posso deixar de destacar a extraordinária banda sonora original, composta por Yann Tiersen, que se havia notabilizado dois anos anos com a banda sonora de "Amelie", e que volta a merecer aplausos com o seu trabalho aqui. Nomeado, com toda a justiça, para o Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro (que perdeu para um filme afegão), custa a crer como nem sequer foi nomeado para o Óscar na mesma categoria. Quem souber explicar Hollywood, que o faça! De qualquer modo, quem precisa de prémios? Este filme conseguiu a imortalidade pelo seu mérito e pela sua qualidade, ao passo que muitos dos que recebem prémios acabam esquecidos poucos anos mais tarde.
5000 Caracteres Restantes.