A Marcha dos Pinguins

A Marcha dos Pinguins (2005)

26/01/2005 Documentário, Família 1h 25min

71%

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A mais bela das histórias que a natureza inventou.

Sinopse

Assim que os pinguins deixam seu habitat natural na faixa costeira, tem de lutar para executar qualquer tarefa em uma terra congelada. A Marcha dos Pinguins, de Luc Jacquet, que estréia na sexta-feira, cativam o espectador. A Warner Independent, que adquiriu os direitos do documentário francês no Festival de Sundance, acrescentou uma narração em Português feita por Antônio Fagundes e Patricia Pilar, de olho no mercado brasileiro, dando uma linda dramatização ao documentário. O ritmo da música de Wurman é um achado a mais, atenta ao humor e à gravidade do tradicional ritual de acasalamento dos pinguins.a

Luc Jacquet

Diretor
Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 29 de Novembro de 2020

**Um bom documentário.** Não sou um perito em documentários, mas gostei do que vi. Confesso que estava à espera de algo muito mais parecido com um vulgar documentário de natureza, daqueles que já estamos cansados de ver em canais de TV da especialidade, mas este documentário, que mostra todo o esforço dos Pinguins-Imperadores para acasalar, tirou partido do que há de melhor, ao nível técnico, no cinema. Luc Jacquet, que assegura a direcção, foi perfeitamente capaz de unir o melhor dos dois mundos: o rigor e pendor informativo do documentário à beleza, ao efeito dramático e à grandiosidade visual da obra cinematográfica. A narração ficou a cargo de Morgan Freeman, que tem uma voz incrível e revelou estar muito à vontade com o que tinha de fazer. Ele é muito bom no trabalho de voz, tem uma excelente dicção e sabe modular e posicionar a voz com perfeição. De resto, e como este documentário já tem alguns anos, todos sabem como o actor veio a colaborar em outros projectos muito semelhantes e em documentários diversos, mesmo para a TV, como *A História de Deus*, onde ele foi apresentador e narrador, para citar um exemplo. Como falamos de pinguins, provavelmente um dos animais mais populares e queridos do mundo animal aos olhos de muitas pessoas, é difícil não pensar que o “factor fofura” não ajudou o documentário a adquirir popularidade. Penso que o director não só estava ciente que isso seria um bónus no seu trabalho como fez o que podia para tirar o máximo partido e tornar os animais ainda mais adoráveis do que já são. Assim, o público é bombardeado por pinguins magníficos e lindos que fazem casais para a vida (como nós já não conseguimos fazer, apesar de aspirarmos a isso constantemente) e cuidam dos seus ovos de forma simplesmente extremosa. O director quis que nós víssemos o lado mais adorável dos animais mais adoráveis, e conseguiu-o humanizando e tornando os pinguins uma criatura que faz famílias do mesmo modo que nós, mas melhor (ou pelo menos o documentário assim o fez crer). Tecnicamente, é grandioso: filmado no local, transpira realismo e beleza, e aproveita da melhor forma as paisagens geladas e a beleza da natureza intocada. O uso de alguns recursos visuais, e técnicas de filmagem, conjugado com uma extraordinária banda-sonora assinada por Émilie Simon, torna o documentário num verdadeiro épico. O ritmo do documentário é lento, talvez porque seja um documentário focado apenas na forma como se reproduzem e criam filhotes, geralmente uma nota de rodapé em documentários normais sobre pinguins, que mostram também mil outros aspectos da vida dos animais. Mas a construção do documentário faz com que essa escassez de material nem seja percebida pelo público.