A Intérprete (2005)
63%
Avaliação dos usuários
A verdade não precisa de tradução.
Sinopse
Sydney Pollack
Diretor, Produtor ExecutivoAnthony Minghella
Produtor ExecutivoG. Mac Brown
Produtor ExecutivoKevin Misher
ProdutorScott Frank
RoteiristaSteven Zaillian
RoteiristaEric Fellner
ProdutorFilipe Manuel Neto
Escrita em 11 de Novembro de 2021**Um excelente thriller de fundo político na sede da ONU, com bons actores e um bom director.** Gostei bastante deste filme. Quando vi os nomes do elenco e do director, Sydney Pollack, fiquei imediatamente convencido de que era um filme que eu provavelmente iria gostar de ver, e esta semana finalmente tive essa oportunidade. Não é um filme perfeito, porém… há falhas, mas eu lidei bem com elas e consegui aproveitar o melhor do filme e passar um tempo agradável. O roteiro é realmente muito bom e envolvente: com a ONU como pano de fundo, desenvolve-se uma intriga de contornos internacionais: num país fictício da África Austral, há um presidente que se transformou de herói em vilão… após libertar o seu país de uma ditadura cleptocrata, ele mesmo se transformou num ditador e conduziu uma guerra civil e uma limpeza étnica com milhares de mortos. Os seus opositores directos estão exilados, mas, misteriosamente, começam a ser assassinados… e por acaso uma intérprete linguística da ONU acaba por descobrir que ele também vai ser alvo de um atentado quando for discursar perante a Assembleia Geral da ONU, daí a alguns dias. Ela informa as autoridades, mas o polícia encarregue da investigação começa a perceber que pode ter motivos sérios para desconfiar dessa mesma intérprete, e ela pode não ser tão inocente quanto parece. O filme tem um roteiro realmente bem escrito, que vai seguramente prender as atenções dos fãs dos filmes thriller e ‘suspense’. Há aqui qualquer coisa que me fez lembrar o filme *Intriga Internacional*, talvez por ambos os filmes se concentrarem tanto na sede da ONU. É um drama de intensidade moderada, mas elegante, com um excelente ritmo, mas que falhou um pouco no fim, que senti ser pouco climáctico. O elenco é liderado de maneira eficaz por Nicole Kidman. Ela está perfeitamente a vontade neste papel, feito à medida das capacidades dela por um director que já a conhece bastante bem. Eu senti que ela não conseguiu dar à personagem um sotaque convincente para uma sul-africana branca, com a voz dela a resvalar muito para o sotaque Inglês dos EUA, nativo da actriz. A participação de Sean Penn foi igualmente bem-vinda e, apesar de parecer desgastado e sob uma dose de ‘stress’, eu pensei que isso era bom para a personagem dele aqui. Pela negativa, Catherine Keener quase desaparece na maioria do filme e tem pouco tempo e espaço para fazer alguma coisa de bom. Yvan Attal é bom o suficiente, mas também tem uma acção limitada no filme e o restante elenco só aparece pontualmente. Tecnicamente, o filme é virtualmente impecável. A cinematografia é excelente, as filmagens são realmente muito bem executadas, há boas cores, luz e uma edição muito boa. A banda sonora é pouco interessante, ficando mais ou menos dentro do que podíamos esperar num thriller caro e com bom orçamento. Composta por James Newton Howard, a única melodia que ressalta aos ouvidos é a canção com as crianças africanas, quase um ‘leitmotiv’ ao longo do filme. Finalmente, mas não menos importante, o filme soube aproveitar muito bem a oportunidade rara de poder filmar na verdadeira sede da ONU. Os cenários não podiam ser melhores.
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