A Casa dos Espíritos
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A Casa dos Espíritos (1993)

21/10/1993 Drama, Romance 2h 20min

69%

Avaliação dos usuários

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Um mundo de paixão e amor, de magia e de vingança.

Sinopse

A história do Chile da década de 20 aos anos 70 é contada através da saga da família Trueba, que começa com a união de um homem simples (Jeremy Irons), que fica rico, com uma jovem (Meryl Streep) de poderes paranormais. A saga se desenvolve até esta família ser atingida pela revolução, que no início da década de 70 derrubou o presidente Salvador Allende.

Bille August

Diretor, Roteirista

Paulo Trancoso

Produtor Executivo

Mark Rosenberg

Produtor Executivo

Paula Weinstein

Produtor Executivo

Bernd Eichinger

Produtor

Edwin Leicht

Produtor Executivo
Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 5 de Outubro de 2018

**Filmado em Portugal, é bom mas tem vários problemas.** Eu vi este filme há alguns dias pela primeira vez, com a minha mãe. Não tinha certeza do que esperar porque não tinha visto o trailer ou lido sobre ele. Na verdade, nem li o livro de Isabel Allende. O que me chamou a atenção e me fez vê-lo foi a participação de Jeremy Irons e Meryl Streep, dois artistas que adoro ver trabalhar. E que surpresa quando comecei a dizer "eu estive ali!" ou "Eu conheço aquele lugar" enquanto via algumas cenas! Para meu orgulho, o filme foi quase totalmente filmado em Portugal. Estou tão acostumado a ver outros países em filmes que sempre sinto alegria e orgulho quando vejo o meu próprio país. E Portugal é um país tão bonito, com tanto para mostrar e tanto potencial que me surpreende ser tão pouco visitado pelos cineastas. Talvez isso mude gradualmente, agora que John Malkovich, Madonna e Monica Belluci estão a viver aqui... A história deste filme é interessante e atraente: abrangendo três gerações da mesma família, concentra-se em Clara, uma mulher com um dom psíquico para prever o futuro e entrar em contacto com os mortos, e no seu casamento com Esteban, um proprietário rico que fez a sua fortuna com esforço. A partir daqui desenvolve-se uma trama igualmente importante, que é o amor proibido da sua filha, a idealista Blanca, por Pedro Segundo, um jovem pobre que, além do mais, é comunista e mantém uma relação muito hostil com Esteban. Tudo isto permite ao filme mostrar a evolução política do Chile no século XX, da república conservadora à ditadura militar. Todas essas coisas são boas, mas a história também tem alguns problemas que podem (ou não) ter origem no livro. Para começar, não gostei de ver os poderes de Clara tão mal usados. É um assunto sem importância para o curso da história, mas eu esperava mais. Outro problema é a forma simplista como as questões políticas são tratadas. Tudo é preto e branco, sem áreas cinzentas. Os comunistas são os bons, defensores da liberdade e direitos das pessoas, enquanto os conservadores são vilões, são gananciosos, corruptos e opressivos. Isso está errado, provavelmente falso e cheira a propaganda esquerdista. Na política, as coisas nunca são tão simples. Acredito, pelo menos neste ponto, que o problema pode estar no texto de Allende, pois ela é profundamente comunista e nunca esqueceu a forma brutal como o seu pai foi assassinado. Mesmo isso, no entanto, não justifica a forma altamente tendenciosa com a qual o filme trata assuntos políticos. Com relação aos actores, estou muito feliz. Meryl Streep esteve muito bem, com um desempenho contido e tímido, conforme o exigido pela personagem. No entanto, ela foi prejudicada pelo modo como o roteiro lida com os poderes da sua personagem. Winona Ryder esteve excelente, dando força e personalidade à sua personagem. No entanto, às vezes parece ingénua e, como não percebemos o começo da história de amor, às vezes parece falsa. António Banderas esteve bem mas este não era o filme certo para ele. A personagem é uma ligação para o retrato político tendencioso que mencionei e para criar uma história de amor que torna tudo mais mais digerível. Glenn Close foi mais azarada, no entanto. Nunca entendi o propósito da sua personagem, cuja permanência na tela é breve e não traz mudanças ao enredo. Jeremy Irons domina o filme. Foi excelente, brindando o público com um trabalho excepcional, digno de um Óscar. De facto, com tantas estrelas, é estranho como o filme passou despercebido na Academia de Hollywood. Tecnicamente também é irrepreensível. Boa cinematografia e uma excelente banda sonora, que permanece no ouvido um tempo após o final. Claro que adorei os locais de filmagem e achei engraçado ver o Exército Português a participar no filme, embora me pergunte quem lhes pagou, afinal eles não são pagos para fazer figuração e seria muito mau se o dinheiro fosse do bolso do contribuinte. Este é um filme bom, com um elenco de estrelas, belos cenários e figurinos e uma história de amor atraente. Em geral, certamente vale a nossa atenção.

Críticas dos Usuários

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