A Casa dos 1000 Corpos (2003)
62%
Avaliação dos usuários
Sinopse
Andy Gould
ProdutorGuy Oseary
Produtor ExecutivoFilipe Manuel Neto
Escrita em 14 de Março de 2023**Estilo, sangue, tripas e hard rock, sem qualquer roteiro decente para o sustentar.** Rob Zombie é devotou a sua vida à música e ao cinema de terror, mas até agora não vi um só filme dele que realmente valesse a pena. O estilo do director é aquele terror de muito baixo orçamento e sem qualidade que fez escola nos anos 70 e 80. Em abono da verdade, devo dizer que há aqui alguma coerência, se considerarmos o estilo musical dos projectos de Zombie. No entanto, é um filme que nos enoja, e que causa mais estranheza e repúdio do que receio. Neste filme, acompanhamos quatro adolescentes que tropeçam acidentalmente num vilarejo de gente anormal e acabam intrigados com uma lenda local sobre um médico louco que retalhava pessoas, foi executado e desapareceu, deixando em dúvida se teria realmente morrido. Claro, eles acabam por ir parar a uma casa de gente ainda mais louca, mórbida e disfuncional, que está por detrás de uma série interminável de crimes. Para os meus padrões, este filme é tão mau que não funciona nem como comédia. Não há um momento assustador, assentando num roteiro estranho, cheio de bizarrias e sem conteúdo. O filme mostra as influências do terror slash, com imenso gore, sangue a correr por toda a parte e corpos feitos em pedacinhos. Canibalismo, necrofilia, sadismo, se pensarmos numa depravação este filme vai provavelmente ter alguma cena associada ao que pensamos. Isso, por um lado, tem um ponto vantajoso: o filme é corajoso o bastante para o fazer, numa era em que os filmes de terror são tão suaves que até os menores de idade os podem ver. O elenco reúne uma série de actores que se notabilizaram, precisamente, no cinema slash: Sid Haig, Bill Moseley, Karen Black, Tom Towles, Dennis Fimple. Cada um deles fez o seu trabalho bem feito, são os actores certos para este tipo de material, estão perfeitamente a vontade a fazer isto. Porém, Haig e Moseley são particularmente eficazes e funcionam muito bem, roubando as atenções do público sempre que aparecem. Sheri Moon, uma actriz que tem certa relevância no filme, é contudo uma amadora, a namorada de Rob Zombie, que entrou no filme a pedido dele. O amor tem destas coisas, leva-nos a cometer loucuras. Infelizmente, e como é rotineiro nestes filmes, as vítimas adolescentes da carnificina são simplesmente carne que fala e com a qual não nos conseguimos importar por um minuto que seja. O filme tem um trabalho bastante competente de efeitos visuais, com litros de sangue falso e de outros efeitos destinados a tornar a matança realista e “divertida” o suficiente. Os cenários e figurinos também foram bastante bem pensados e criam um ambiente decadente, em que a ruralidade é distorcida e transformada num ambiente perfeito para um massacre de Noite das Bruxas. Isto é, o filme tem estilo, tem um visual extremamente trabalhado e complexo, mas só isso. Não nos apresenta conteúdo, substância que faça o filme valer a pena.
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