A Bússola de Ouro
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A Bússola de Ouro (2007)

04/12/2007 Aventura, Fantasia 1h 53min

61%

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Existem mundos além do nosso - a bússola mostrará o caminho.

Sinopse

Lyra Belacqua (Dakota Blue Richards) é uma órfã que foi criada na Universidade Oxford. No mundo em que vive todas as pessoas têm um "daemon", ou seja, uma manifestação de sua própria alma em forma animal. Lyra leva uma vida tranqüila até ela e seu daemon, Pantalaimon, descobrirem a existência de uma substância misteriosa chamada "pó". Isto provoca um estranho efeito nas crianças, o que faz com que as autoridades religiosas se convençam de que representa o mal. Seguindo o misterioso Lorde Asriel (Daniel Craig), seu protetor, Lyra parte em busca de uma resposta. Em Londres ela descobre que diversas crianças estão desaparecendo, entre elas Roger (Ben Walker), seu melhor amigo. Com a ajuda de um instrumento ancestral, que se parece com uma bússola de ouro, ela parte numa jornada que pode alterar o mundo para sempre.

Toby Emmerich

Produtor Executivo

Paul Weitz

Produtor Executivo

Chris Weitz

Roteirista
Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 8 de Setembro de 2018

**Um espectáculo de CGI altamente crítico à religião.** Esta é a adaptação de "Northern Lights", o primeiro de uma colecção de livros de fantasia chamados "His Dark Materials" de Philip Pullman, um escritor famoso por ser ateu, anti-cristão e anti-religioso, algo que é muito claro no livro. Chris Weitz (director/argumentista) fez um enorme esforço para moderar isso, já antecipando as críticas dos sectores religiosos, mas a verdade é que é muito difícil fazer um filme bom a partir de um mau livro, tão extremista que parece ter sido escrito como uma espécie de propaganda doutrinária infantil para educar as crianças no secularismo e ateísmo... então não acho surpreendente que os boicotes e críticas tenham acontecido mesmo assim. A história passa-se num mundo onde as almas das pessoas vivem fora dos seus corpos, acompanhando-as na forma de animais chamados "Daemons". A semelhança da palavra e do termo inglês para demónio, de conotação anticristã, não deve ser uma coincidência. Neste mundo há uma autoridade chamada Magisterium, de ares ditatoriais e totalitários, que tenta esconder a existência de outros mundos, outras realidades e verdades que não são convenientes. Claro, a escolha de uma palavra em latim para essa entidade político-religiosa é um claro ataque à Igreja Católica Romana, que é frequentemente acusada pelos ateus de não aceitar algumas inovações científicas e filosóficas, e de promover o obscurantismo. Assim, a partir desta base, totalmente distorcida pelas opiniões pessoais do autor do livro, nasceu um roteiro complexo, que o filme não consegue explicar. O filme assume (erradamente) que o público conhece os livros mas, sendo livros difíceis de encontrar fora do universo anglófono, sente-se grande dificuldade em entendê-lo. Há várias estrelas aqui mas nem todas tinham personagens para igualá-las. Daniel Craig, por exemplo, só tem algum protagonismo no começo. Então desaparece, fazendo apenas algumas aparições episódicas. No entanto, a personagem é uma dos mais importantes e é mencionada nos diálogos, mesmo que isso não importe para o actor, que teve pouco trabalho aqui. Ian McKellan é excelente a dar voz ao urso polar Iorek Byrnison e Nicole Kidman é elegante e agradavelmente maliciosa, mas também não tinha espaço para fazer uma grande vilã. Eva Green faz uma pequena aparição noutro papel de bruxa. Dakota Blue Richards, uma pequena actriz infantil, é a grande estrela. Ela faz um bom trabalho, mostra alguma habilidade mas, claro, isto não será a sua "magnum opus" se ela continuar a sua carreira. O filme tem óptimos efeitos visuais, bom trabalho de computação gráfica e bons efeitos sonoros que tornam tudo razoavelmente digerível, mas não podem apagar os erros de roteiro. A banda sonora é totalmente esquecível, o que é prejudicial para um filme de fantasia. Finalmente, há mais um problema neste filme, evidente no seu final aberto: devia ter havido uma sequela para fechar a história mas os críticos e o público religioso, aliados aos resultados fracos de bilheteira, condenaram à nascença qualquer iniciativa de continuidade. Algumas pessoas ainda falam disso mas a verdade é que já passaram dez anos desde que o filme estreou, então acho que é mais provável que a sequência não aconteça mais. Talvez isso seja uma coisa boa, dado o mau material original.