12 Homens e uma Sentença

12 Homens e uma Sentença (1957)

10/04/1957 Drama 1h 36min

85%

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A vida está em suas mãos. A morte está em suas mentes!

Sinopse

Um jovem porto-riquenho é acusado do brutal crime de ter matado o próprio pai. Quando ele vai a julgamento, doze jurados se reúnem para decidir a sentença, levando em conta que o réu deve ser considerado inocente até que se prove o contrário. Onze dos jurados têm plena certeza de que ele é culpado, e votam pela condenação, mas um jurado acha que é melhor investigar mais para que a sentença seja correta. Para isso ele terá que enfrentar diferentes interpretações dos fatos, e a má vontade dos outros jurados, que só querem ir logo para suas casas.

Sidney Lumet

Diretor
Críticas dos Especialistas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 23 de Maio de 2023

**Um filme muito bem feito, com grandes actores.** Não sendo eu americano, é um pouco complicado para mim compreender até que ponto este sistema de justiça funciona. Não me interpretem mal, mas no meu país não é usual recorrer-se este tipo de julgamentos, onde a decisão depende largamente da habilidade dos advogados para convencer um grupo de jurados. Aqui, a decisão depende mais do juiz, ou de um colectivo de juízes. O recurso a um tribunal de júri está previsto na lei portuguesa, mas deve cumprir um conjunto apertado de pré-requisitos, o que acaba por tornar a opção muito incomum. Portanto, para entender melhor este filme eu tive de ir ler um pouco acerca de como funciona um tribunal de júri na vida real. E é aqui que as minhas dúvidas sobre este filme são maiores. É realmente um filme que respeita o que acontece realmente na sala onde um júri delibera qual a sentença que vai decretar? Ao longo do filme, fica bastante claro que o julgamento não havia corrido bem, principalmente devido a uma defesa largamente ineficaz e incapaz de assegurar o interesse do acusado (algo difícil de admitir, principalmente num caso de pena capital). Poderia o júri ter feito algo a respeito além de passar a sentença? Confesso que não sei. Deixo isto para os juristas, os advogados e as pessoas que possam entender mais sobre o assunto. O filme parece um pouco uma daquelas peças de teatro que acaba por ser levada ao cinema: a acção decorre esmagadoramente num mesmo ambiente, bastante confinado, e com um grupo limitado de personagens que vão interagindo entre si e dialogando. Os diálogos são uma parte essencial do filme e nem sempre são simpáticos. Nota-se que há um avolumar de tensões, e se há vários jurados interessados em despachar o assunto e ir embora, isso vai mudando a pouco e pouco, à medida que os detalhes são analisados e as dúvidas sobre o julgamento aumentam. É um filme francamente bem escrito, bem dirigido (o melhor de Sidney Lumet) e com um forte e competente elenco onde Henry Fonda assume um protagonismo inequívoco, dando-nos um dos melhores trabalhos da sua carreira. Também Lee J. Cobb merece um aplauso pela maneira como interpreta e actua, numa personagem profundamente cáustica. Cada actor tem o tempo e o material que precisa para fazer um bom trabalho, e todos eles o fizeram. A nível técnico, é um filme extremamente discreto, em boa parte devido ao baixo orçamento a que esteve limitado. Porém, é um daqueles filmes que atesta que não é necessário ter dinheiro infinito para fazer um excelente trabalho. O cenário é muito credível, mas onde Lumet brilhou foi no uso inteligente da cinematografia e dos ângulos de filmagem para amplificar sensações de confinamento ou de incómodo. Por vezes, a câmara fica tão próxima ao rosto dos actores que nós conseguimos ver o quanto o calor excessivo e a tensão do assunto está a enervá-los.

Críticas dos Usuários

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