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O Lobo de Wall Street (2013)
80%
Avaliação dos usuários
Ganhar. Gastar. Festejar.
Sinopse
Martin Scorsese
Diretor, ProdutorRiza Aziz
ProdutorJoey McFarland
ProdutorIrwin Winkler
Produtor ExecutivoDanny Dimbort
Produtor ExecutivoTerence Winter
RoteiristaEmma Tillinger Koskoff
ProdutorFilipe Manuel Neto
Escrita em 25 de Abril de 2018**Jornada ao Centro da Imoralidade.** Confesso que tinha alguma curiosidade e expectativa quando fui ver este filme. Scorcese e Di Caprio são dois dos maiores nomes da actual cena cinematográfica e ambos nos proporcionaram bons filmes no passado. Então, eu não fiquei surpreso com o ruído em volta do filme. Infelizmente, quando o vi, fiquei muito desapontado. O filme é baseado num livro autobiográfico de Jordan Belfort, um corretor da Bolsa que enriqueceu através de manobras financeiras de alto risco e legalidade nula. O livro descreve não apenas os negócios, mas a vida de luxo, drogas e sexo que ele levou, e a forma como ele eventualmente pagou por tudo isso. O filme, até onde sabemos, é bastante fiel ao relato. Lembra "Tudo Bons Rapazes" de muitas formas, mas com grandes diferenças em que o filme de gangsters leva a melhor. O problema deste filme reside em três pontos essenciais... O primeiro é a aparente glorificação da fraude e do estilo de vida dissoluto de Belfort. A mensagem passada pelo filme é "o crime compensa". Ele passa mais de uma hora a mostrar, em detalhes, os vícios ultrajantes de Belfort e da sua equipa de pervertidos sem qualquer necessidade, chocando o público, que deixa a sala de cinema com a sensação de que o filme passa uma mensagem eticamente errada, e que a sociedade não precisa dele porque já recebe influências negativas suficientes. O segundo ponto é a ausência de contraponto aos excessos mostrados. Belfort é um porco, viciado em drogas, sexo e corrupção, que enriqueceu cedo demais e facilmente demais. Onde está o contraponto para isso? Ele cometeu crimes, mas quais os efeitos dos crimes? Quem foi prejudicado pelos crimes de Belfort? Como pode o público realmente perceber o tamanho dos seus erros? O público nunca recebe essas respostas porque o filme se perde nos detalhes do escândalo. O filme faz as pessoas pensarem que Belfort nunca prejudicou ninguém, e era só um tipo louco ou muito inteligente, que enriqueceu furando leis restritivas demais. O terceiro ponto é a construção das personagens. Elas são a preto e branco, sem a complexidade psicológica e o refinamento que vemos em "Tudo Bons Rapazes", por exemplo. Não existe isso aqui. As personagens são resumidas como drogados, criminosos sexuais, excêntricos, policias entediados e pouco mais. DiCaprio esteve bem o suficiente no seu papel, mas sendo um papel tão desprezível é impossível gostar e aproveitar a sua performance. Eu acho que Scorcese encarou este filme como uma comédia mas a verdade é que não é engraçado, mas sim moralmente chocante. Este filme teria sido excelente se tivesse sido concebido como um drama e tivesse por trás algum equilíbrio moral. Não foi o caso. É uma jornada louca pela imoralidade sem sentido, sem noção e sem pretexto maior que o riso fácil, e isso é muito desagradável.
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