Preso na Escuridão

Preso na Escuridão (1997)

19/12/1997 Drama, Ficção científica, Thriller 1h 57min

75%

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Toda beleza será castigada.

Sinopse

Um homem atraente e rico encontra o amor de sua vida, mas sofre um acidente que em que namorada morre e que o desfigura com gravidade. Para piorar as coisas, é acusado de assassinato e condenado. Na prisão, se submete a várias cirurgias e consegue recuperar seu belo rosto. Mas começa a apresentar um comportamento estranho, que intriga o psiquiatra local.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 3 de Janeiro de 2023

**Um excelente filme onde sonho, realidade, ilusão e fantasia se misturam.** Neste filme, acompanhamos a provação de César, um jovem espanhol que tem tudo o que um jovem pode querer: uma vida confortável, dinheiro, amigos e todas as mulheres que quer (ainda que ele evite ao máximo os compromissos sérios). Durante uma festa de aniversário, na qual ele tenta fugir ao seu caso mais recente, conhece Sofia, uma jovem sedutora e inteligente que sabe cativá-lo. Porém, toda a sua vida é arruinada quando ele sofre um acidente de carro, provocado intencionalmente, e fica com o rosto totalmente desfigurado. Se as dificuldades psicológicas, mentais e físicas provocadas por tamanha lesão poderiam ser o bastante para um roteiro de cinema, Amenábar vai ainda mais longe ao misturar isto com várias considerações acerca do sonho, da ilusão, da memória. Brutalmente intenso, o filme dá voltas e voltas, e a partir de certo ponto, custa-nos mesmo entender o que é verdade e o que é sonho ou ilusão do protagonista. O final é verdadeiramente desconcertante. Apesar de o filme não parecer muito dispendioso, conta com um bom elenco. Eduardo Noriega faz um bom trabalho dramático e é um excelente protagonista. Penélope Cruz, sem dúvida mais conhecida dado que “deu o salto” para o cinema norte-americano, é ainda uma actriz muito jovem e linda nesta fase, e ela é genuína no trabalho que desenvolve. Chete Lera e Fele Martínez dão bons apoios e esforçam-se nos seus papeis, e mesmo Najwa Nimri, a suposta vilã do filme, é muito boa na tarefa que lhe foi dada. Boa parte da história contada chega-nos pelos flashbacks que acompanham o relato de César ao seu psiquiatra, e esse recurso foi muito bem utilizado e muito eficaz. O filme mistura bem os temas que aborda, equilibrando-se muito bem em todos eles e os diálogos são realmente bons, respiram naturalidade e autenticidade. Bons cenários, bons figurinos e a boa escolha de locais de filmagem ajudou muito a tornar o filme visualmente mais bonito, enquanto a cinematografia ia sabendo aproveitar da melhor forma a luz intensa do sol da capital espanhola e os belos tons de azul do céu, que contrastam bastante com a penumbra densa que a personagem principal parece preferir.