Penny Dreadful
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Penny Dreadful (2014)

11/05/2014 Action & Adventure, Drama, Mistério, Sci-Fi & Fantasy

78%

Avaliação dos usuários

Sinopse

Frankenstein, Conde Drácula, Dorian Gray e outros personagens clássicos da literatura vivem na Londres da Revolução Industrial, uma cidade repleta de mistérios sobrenaturais.

Críticas
Filipe Manuel Neto

Filipe Manuel Neto

Escrita em 1 de Setembro de 2018

**Cumpre o que promete.** Eu vi esta série por recomendação de uma amiga minha. Tinha três temporadas e um início, meio e fim decentes, o que é louvável. A primeira temporada foi muito boa, com o enredo a revelar-se uma adaptação de "Drácula", e várias personagens de terror famosas (Frankenstein, Dorian Gray, etc) envolvidas na busca por uma jovem sequestrada por um vampiro, que eu presumo ser Drácula, apesar de o seu nome nunca ser mencionado. Drácula já foi levado ao cinema e à televisão muitas vezes e o tema está longe de ser novo, mas a forma como tudo foi tratado é diferente. O foco caiu nas personagens humanas e na sua história, não nos vampiros, que são mostrados como os monstros que são. O enredo é complexo mas não o suficiente para nos perdermos. Tudo se adensa na segunda temporada, mais original que a primeira, com Vanessa, a personagem central da série, a ser perseguida por bruxas demoníacas que acreditam que ela será a mãe do Anticristo. É uma história mais intensa e forte, capaz de surpreender e uma excelente evolução. A terceira temporada, para mim, foi a mais fraca... o retorno dos vampiros foi um erro, a introdução ao enredo levou muito tempo e quase tudo acontece em quatro ou cinco episódios, num ritmo mais do que desequilibrado. Mesmo assim, dá um final coerente à série. Gostei do modo que tudo acaba mas eu já esperava um final assim e isso tirou-lhe impacto. Quanto ao elenco, tem nomes fortes. Timothy Dalton é um óptimo actor e fez um excelente trabalho, consistente do início ao fim; Eva Green começou devagar e parecia um pouco cliché em certos momentos, mas melhorou muito a partir do meio da primeira temporada, numa performance em crescendo; Harry Treadaway foi excelente como Dr. Frankenstein, sabendo dar à personagem uma dose boa de idealismo e ingenuidade, como um sonhador que fez tudo mal e não é compreendido. Josh Hartnett ésombrio como Sr. Chandler e faz um trabalho brilhante, cheio de notas psicológicas fortes e ricas. Rory Kinnear também tem boa profundidade psicológica e o seu papel é especialmente rico porque se humaniza com o passar do tempo, numa transformação notável. Simon Russell Beale começa muito mal, irritante e histriónico, mas isso dá lugar a um desempenho mais contido e dramático. Billie Piper tem um fraco desempenho na primeira temporada mas melhora na segunda. Wes Studi e Perdita Weeks aparecem na terceira temporada e fazem-no muito bem, tal como Samuel Barnett e Shazad Latif. Patti LuPone fez duas temporadas, mas também duas personagens distintas com grande dignidade. No lado negativo, Christian Camargo esteve longe de ser um Drácula convincente, Helen McCrory foi um erro de casting porque nunca se adaptou à sua personagem, Sarah Greene agiu bem mas a sua personagem devia ter morrido no fim da segunda temporada, Reeve Carney fez um bom trabalho mas a sua personagem foi muito mais secundária do que devia ter sido à primeira vista. Então, como pode ver-se, o elenco é forte e se houve erros, na maioria dos casos, resultam de falhas na construção das personagens. A série está cheia de cenas fortes, sangue, bebés a ser mortos, órgãos humanos estripados e desmembrados. As cenas de sexo são mais raras mas, quando acontecem, são fortes e podem chocar porque podem envolver sangue de alguma forma. Portanto, a série está longe de ser para pessoas sensíveis ou de estômago fraco. O CGI é bom e funciona, com a decadente Londres vitoriana do período pós-industrial em toda a glória, cheia de fumo, lixo, fábricas e podridão. No geral, os cenários e figurinos estão de acordo com o período, com excepção da roupa de Perdita Weeks (terceira temporada), que é demasiado "século XXI" para ser aceitável... é gótica, mas não é historicamente precisa. A cinematografia também é muito boa, com um visual cinzento, escuro e decadente.